“Hoje não tivemos almoço”. A frase é do goleiro Willian do Aimoré após a goleada de 4 a 0 diante do Camboriú na tarde de ontem no Cristo Rei pela penúltima rodada do Campeonato Brasileiro da Série D. O camisa 1 reconheceu os problemas dentro de campo, mas disparou contra a direção. “Do jeito que está não dá para ficar. Sabemos que precisamos melhorar muita coisa. Mas tem muita coisa fora do campo que o pessoal não vê. Estamos sem presidente e hoje (ontem) não tivemos nem almoço. Isso precisa ser falado. É complicado, difícil. Do jeito que está não pode acontecer. Mas mesmo com toda dificuldade a responsabilidade é dos atletas. O Gelson (Conte, técnico), assume muita responsabilidade, mas a gente precisa bater no peito e assumir também essa responsabilidade. Temos que ter vergonha na cara”, desabafou o goleiro que é do Juventude e está emprestado ao índio até outubro.
O próprio técnico Gelson Conte também cobrou atitude da direção índia. “Tem começar a dar as caras, não adianta só eu vir responder pelo vexame”, diz.
Procurado pela reportagem da Berlinda, o presidente Sandro Boroswki, que renunciou o cargo na semana passada ao lado dos três vices (sua carta de renúncia está assinada com a data de 22 de julho, pois é o dia que encerra a participação do clube na Série D), atribui a responsabilidade ao grupo liderado pelos ex-presidentes André Schu, Paulo Costa e Márcio Picoli. “Após termino do Gauchão foi montado um grupo para gerenciar o futebol do clube na Série D, desde então este grupo esteve a frente das ações e das ideias para que o clube fizesse uma boa competição. Como resultado dentro de campo não aconteceu aparece alguns problemas que o futebol tem diariamente”, justificou.
“NADA JUSTIFICA POIS ESTÁ TUDO EM DIA”
Márcio Picoli, Paulo Costa e André Schu dizem que a palavra do goleiro foi infeliz, pois nada justifica mais uma goleada do time na competição. “Ficamos surpresos com a declaração do Willian. Não medimos esforços para dar toda tranquilidade para os jogadores. Salário em dia, casas e apartamentos para alguns atletas, alimentação nos melhores restaurantes parceiros nosso na cidade. Enfim, falar que não almoçou para um jogo às 16 horas é transferir responsabilidade”, diz Márcio Picoli.
Paulo Costa e André Schu dizem que enquanto o time estava vivo no Campeonato Brasileiro, toda a logística foi mantida. “Todos os jogos do Brasileiro viajamos dois dias antes. Diante do Novo Hamburgo, jogo aqui, também criamos toda a estrutura possível para os atletas. Agora, como não tínhamos mais chance de classificação concentramos os esforços para a Copa FGF”, explica Schu.
Costa diz que a direção segue presente nas partidas, mas da liberdade para o técnico sempre falar nas coletivas após os jogos. “O Gelson não está e nunca esteve sozinho. Nem ele e nem nenhum funcionário do clube. É uma fase de transição que o clube está passando, mas todos os nossos compromissos estão sendo cumpridos. Folha em dia, melhor hospedagem para os atletas e comissão, restaurantes para almoços semanais. Agora falar que não tem almoço em um jogo é transferir responsabilidade”, afirma.
Ninguém da direção falou se o atleta será afastado ou não do clube.
CONVÊNIO COM OS RESTAURANTES
A direção do Aimoré tem parceria com restaurantes do município. Durante a semana os atletas almoçam nesses locais. No final de semana, segundo a direção os atletas almoçam em casa. Antes da eliminação matematicamente na Série D o clube organizava uma logística para os atletas almoçarem todos juntos. Ontem, segundo a direção, o grupo se apresentou às 13h30. Então a ideia era todos almoçarem em casa.
