“Se alguém pensa que Lula é comunista só olhar para Alckmin, conservador que fez o L”, Rodrigo Perla

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No Berlinda News Entrevista de hoje (2), primeiro programa de 2023, o professor da Feevale da disciplina de Relações Internacionais e cientista político, Rodrigo Perla Martins, destacou alguns pontos das posses do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em Brasília, e do governador reeleito do RS, Eduardo Leite. E resumiu em uma frase o que assistimos e ouvimos ontem. “Posse política cheia de simbolismo”, disse ao ser questionado sobre três fatos consecutivos: A saída do Brasil de Jair Bolsonaro, quando ainda era o presidente, isso na sexta-feira (30); o pronunciamento do vice-presidente na condição de presidente interino General Mourão, sábado (31), em cadeira de rádio e TV e a posse e subida da rampa de Lula, ontem (1).

Saída de Bolsonaro do Brasil

“Mesmo que a entrega da faixa não seja um ato jurídico obrigatório, até hoje só três presidentes não fizeram isso: Floriano Peixoto, João Batista Figueiredo e agora Bolsonaro. Isso causa estranheza e são muitas especulações sobre a atitude de Bolsonaro inclusive porque a democracia requer adesão, democracia é adesão ás regras do jogo que está sendo jogado.”

Forças Armadas não suportam desordem

“O general Mourão, senador eleito pelo RS, na condição de presidente interino ele diz que o Exército, as Forças Armadas não suportam a desordem que se instaurou no Brasil nos últimos 60 dias e cita os acampamentos em frente aos quarteis dizendo que não é permitido tal coisa em área militar e que as Forças Armadas cumprem a Constituição e não receberam nenhuma ordem, ou seja, de golpe.”

Líder de oposição

“Desde o dia seguinte ao 2º turno, o general Mourão se consolida como líder de oposição, coisa que o Bolsonaro não consegue fazer. E tem outro aspecto importante. Não conseguimos colar a figura do senador Mourão ao bolsonarismo. Ele se posiciona, é um homem inteligente que está vivendo a política e tem a possibilidade de ser a liderança da oposição ao longo dos quatro anos, mas isso veremos.”

Para o cientista político, a decisão de Lula em construir uma frente democrática ampla para reconstruir o Brasil tem na figura do vice Geraldo Alckmin o maior símbolo.

Comunista

“Se alguém ainda pensa e acredita que o Lula é comunista olha para o Alckmin que para comunista falta muito, ele faz o L. Lula é sindicalista que sabe negociar, perde aqui, ganha ali. Não existe soma zero no sindicalismo. O discurso de Lula, de ontem vai muito na conjuntura da democracia e faz a conciliação exatamente na figura do Alckmin que tem mais perfil para compor uma chapa do Bolsonaro que Lula. Bolsonaro faz chapa pura com um militar que não agrega nada. Já Alckmin agregou para Lula. O discurso de Lula não teve novidade mas reafirmou a conciliação.”

No Piratini, com Eduardo Leite, mais simbolismo

“Quando o governador Eduardo Leite diz que sua prioridade é arrumar as escolas também não há novidade porque temos escolas grandes com muitos alunos com apenas dois banheiros. Mas esse arrumar escolas precisa ir além. Muito se fala sobre o Ceará que tem os melhores índices precisamos ficar atentos que lá (Ceará) o Camilo Santana, agora ministro, junto com o PDT deu continuidade ao projeto. Foram pelo menos três mandatos para fazer a mudança. Não basta ir até lá e ver. Precisa de continuidade da mudança.”

Leite sabe o tempo da política

“Eduardo Leite está muito sintonizado com o momento que vivemos em relação a essa pauta identidária e viu que não haveria problema em falar, sabe quando se declarar. Sabe também que quando os conservadores olharem para ele irão ver um homem, branco, formado, alguns acham bonito, de classe média e vão dizer “nem parece gay”. O governador sabe também que para uma mulher negra, pobre dizer que é lésbica, a realidade é totalmente diferente. Por isso ele se destaca em relação ao momento de falar, de tomar medidas. Ele tem muito futuro político”.

Gabriel Souza é articulado, sabe se comunicar

“O vice-governador, Gabriel Souza, é um político jovem articulado, que sabe se comunicar com todos. Ele recebeu pessoal da CUT, entre outros, para sentar e conversar. Em relação ao MDB, com os líderes do próprio partido, ele enfrenta e o resultado está ai. Já o prefeito de Porto Alegre
Sebastião Melo olha o resultado do 1º turno em Porto Alegre e e enxerga que o PT ganhou em quase todos os lugares, por isso decide apoiar Onyx Lorenzoni achando que conseguiria pegar esses votos. Não deu certo.”

Ouça o programa completo

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