Segundo dados divulgados pela Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (Abto) para o jornal O Estado de São Paulo, a fila de espera por transplante no País cresceu 30,4% desde o início da pandemia. A lista ativa de pacientes adultos e pediátricos em espera ultrapassou os 50 mil. Diante deste cenário e frente ao arrefecimento da Covid-19, especialistas alertam que é preciso retomar os índices alcançados antes da doença.
Em São Leopoldo, a Comissão de Doação de Órgãos e Transplantes do Hospital Centenário faz em média 1 captação de órgãos por mês. Só no ano passado, foram 9 captações feitas pela equipe composta por enfermeiras, médicos, psicóloga e assistente social. Os órgãos são encaminhados para os hospitais de Porto Alegre, que realizam o procedimento de transplante.
A enfermeira Fernanda Estrella, que coordena a Comissão, reforça a importância de cada um expressar aos familiares o desejo de ser um doador em caso de morte encefálica. “O processo começa com a conversa de anunciar que quer ser doador de órgãos. Muitas negativas familiares acontecem porque as pessoas não falam sobre isso e quem dá o ok final em caso de morte é a família”, afirma. Manifestações em redes sociais também servem como indicativos da vontade de ser um doador: postagens que declaram o apoio à causa são confirmações importantes que ajudam a equipe no momento de argumentar com os familiares.
Fernanda ressalta a seriedade do serviço de captação de órgãos realizado no Hospital Centenário, que conta com uma série de critérios para atestar a morte encefálica de pacientes e o encaminhamento do processo de doação. O trabalho possui alta capacitação técnica, mas oferece, sobretudo, informações e acolhimento aos familiares. “Doar órgãos é a oportunidade que a família tem de salvar outras vidas, um sentimento de que seu ente querido segue vivo em outras pessoas”, conclui.
Ouça abaixo a entrevista completa:
https://youtu.be/FM57IWTzZ1s
