Após um ano e seis meses, na semana passada foi retirado o contêiner de atendimento a Covid-19 na Fundação Hospital Centenário em São Leopoldo. Mesmo com o equilíbrio da situação, a presidente da instituição, Lilian Silva, anunciou no Berlinda News Entrevista desta quarta-feira, 27, que vai manter a estrutura atual da Covid até o início de 2022, dependendo de como ficarão os números de casos no município.
Como a cidade de São Leopoldo ainda está habilitada a receber pacientes de outras localidades, é necessário que a estrutura continue. “A nossa emergência está pequena, em função da Covid tivemos que nos adaptar, e vamos voltar com ela como anteriormente a partir de 2022. Esse ano vamos manter a unidade Covid como está por medidas de segurança”, explica Lilian.
A presidente adianta que para o próximo ano está prevista a implementação de um setor permanente para pacientes de Covid, pois é uma doença que permanecerá, assim como a H1N1: “Estamos planejando outro espaço, mas a transição deve ser muito bem pensada e planejada.”
Efeitos da vacina
Para a presidente, a redução no número de casos é consequência da vacinação. “Hoje é um dos períodos mais tranquilos. É um impacto já esperado, os números que se apresentam mostram um resultado positivo com as vacinas. Retiramos o container porque estávamos com uma demanda menor”, explica Lilian. “De 22 leitos de UTI, temos seis pacientes internados e 15 nos leitos clínicos de Covid, alguns sob investigação ainda.” Lilian destaca que, entre os pacientes internados, alguns não tomaram a vacina e poucos receberam a segunda dose. Isso aponta para a necessidade da vacinação: “A vacina é um termômetro importante.”
Prevenção e ação
Lilian afirma que na saúde tudo ocorre de forma rápida e as decisões devem ser seguras. No início da pandemia em 2020 muitos disseram que a atuação do Hospital Centenária era exagerada. “Nosso maior acerto neste processo foi ter preparado os funcionários muito cedo. Criamos a ala de isolamento em março de 2020. Eu não faria nada diferente, no início fomos muito criticados por exagero, que seria muito caro. Mas, dentro do cenário que se apresentava, priorizamos a saúde das pessoas. Nos antecipamos, sim, mas foi onde tivemos nossa segurança. Depois ultrapassamos por mais de 90 dias o cenário de mais de 20 leitos ocupados, foi um cenário de guerra”, avalia.
Planos
Como instituição antiga, o Hospital Centenário precisa de obras. Lilian diz que pretende apresentar em breve ao prefeito Ary Vanazzi propostas de organização financeira e melhorias. “São algumas tentativas de modernizar, reorganizar. É um hospital antigo, então a manutenção preventiva é um cuidado”, ressalta.
Hoje, o Hospital Centenário mantém convênio com Unisinos, Senac, Faculdades EST e Escola da Paz. Neste segundo semestre 312 alunos das instituições integram a equipe de aprendizagem, distribuídos por diferentes áreas e turnos, acompanhando em cirurgias e auxiliando nas especialidades.
Confira abaixo a entrevista completa