Vigilância em Saúde do Estado emite alerta sobre surtos de doença diarreica aguda

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O Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs) emitiu esta semana um alerta sobre a ocorrência de surtos de doença diarreica aguda (DDA) em 25 municípios gaúchos, identificados desde o final de agosto. Em nove dessas cidades foi identificado um vírus chamado norovírus como a causa desses casos de doenças gastrointestinais. Ele está possivelmente associado à ingestão de água, mas também pode ser transmitido por alimentos ou de pessoa para pessoa.

Nas demais cidades, os casos ainda encontram-se em investigação. Até o momento, mais de 2 mil casos já foram notificados, sendo que alguns municípios informaram apenas que tiveram um ou mais surtos identificados, a se confirmar o número de pessoas. As medidas de investigação e controle estão sendo realizadas pelos respectivos municípios, Coordenadorias Regionais de Saúde (CRS) e Cevs.

A principal orientação à população é o consumo de água somente de fontes seguras e tratadas, que tenham processo de desinfecção por cloro ou outra tecnologia. Também é importante realizar periodicamente a limpeza de caixas d’água. “Esses tipos de ocorrências reforçam essas medidas preventivas em relação a água, que devem ocorrer de forma permanente por toda população, independentemente da ocorrência ou não desses surtos”, comenta a especialista em saúde do núcleo de Doenças de Transmissão Hídricas e Alimentares do Cevs, Lilian Borges Teixeira.

As amostras clínicas de pessoas com sintomas são encaminhadas para o Laboratório Central do Estado (Lacen) em Porto Alegre. Também já foram coletadas amostras de água em alguns desses municípios, que aguardam resultado da Fiocruz, no Rio de Janeiro.

Cidades com surtos em investigação e número de casos reportados até o momento

  • Barra Funda* – 26 casos
    Bento Gonçalves* – 394 casos
    Carlos Barbosa – surtos identificados (sem informação de número de casos)
    Caxias do Sul – surtos identificados (sem informação de número de casos)
    Colorado* – 19 casos
    Dois Irmãos* – mais de 200 casos
    Esteio – 144 casos
    Garibaldi – surtos identificados (sem informação de número de casos)
    Horizontina – 69 casos
    Lavras do Sul – 174 casos
    Mato Leitão – 50 casos
    Monte Belo do Sul – surtos identificados (sem informação de número de casos)
    Morro Reuter – cerca de 20 casos
    Pinto Bandeira – surtos identificados (sem informação de número de casos)
    Porto Alegre* – 03 casos
    Saldanha Marinho – 228 casos
    Santa Cruz do Sul* – 374 casos
    Santa Maria – surtos identificados (sem informação de número de casos)
    Santana do Livramento* – 214 casos
    Santa Rosa – 28 casos
    Santo Cristo – 14 casos
    São Marcos – surtos identificados (sem informação de número de casos)
    Sarandi* – 49 casos
    Tucunduva* – 33 casos
    *cidades que já tiveram ao menos duas amostras clínicas de pessoas confirmadas para o norovírus

O norovírus pode apresentar resistência às concentrações de cloro aplicadas na água tratada previstas na legislação de potabilidade. Lilian comenta que o aumento de resíduos orgânicos na água pode fazer com que esse vírus resista ao tratamento químico previsto. “Se temos mais matéria orgânica presente do que o normal, a quantidade de cloro usada pode não ser suficiente para eliminá-lo”, comenta.

Recomendações a população em geral

  • – Consumir água de fontes seguras (potável) tratadas, que tenham processo de desinfecção por cloro ou outra tecnologia. Caso seja desconhecida a fonte, em situações de emergência, recomenda-se fervê-la antes do consumo e antes do preparo de alimentos por, no mínimo, 5 minutos.
    – A higienização das superfícies, equipamentos e utensílios utilizados no preparo e consumo de alimentos deve ser realizada com água tratada e/ou fervida.
    – O gelo para consumo ou conservação de alimentos deve ser oriundo de água potável e/ou fervida.
    – Higienizar as mãos de forma adequada, lavando-as com água e sabão, principalmente após a utilização de banheiro, troca de fraldas, antes de preparar e manipular alimentos e antes das refeições.
    – Afastar as pessoas doentes das atividades de manipulação de alimentos e reforçar a higiene pessoal mesmo após o desaparecimento dos sintomas.
    – Realizar a limpeza da caixa d’água uma vez ao ano ou sempre que necessário.
  • Ambientes de creches e escolas demandam uma maior atenção, visto que são locais mais comuns para esses tipos de surtos.

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