A Neuropsicopedagogia é uma ciência ainda nova que está em ascensão devido à necessidade de se compreender melhor como se processa a aprendizagem no cérebro humano. Vale destacar que a neurociência (leia-se aqui: neurônios e suas moléculas constituintes, órgãos do sistema nervoso e suas funções específicas) vem dando importantes contribuições para o melhor desenvolvimento dos processos cognitivos, uma vez que o cérebro é a matéria-prima para o sucesso da aprendizagem.
Detalhando…
A Neuropsicopedagogia:
– é uma ciência que estuda o sistema nervoso (e suas funções) e como ele atua nas diversas formas de aprender;
– possui dois campos de atuação: o campo clínico e o campo institucional;
– são norteadores os documentos vigentes por normativas estabelecidas pela Sociedade Brasileira de Neuropsicopedagogia (SBNPp);
– auxilia os profissionais a entenderem os indivíduos e os ajudarem a enfrentar suas dificuldades, diminuindo o fracasso escolar e social desses sujeitos.
Pois bem! Da teoria à prática: Como aplicar os conceitos no processo de ensino-aprendizagem? Como fazer o aluno aprender?
Subsidiar as dificuldades apresentadas pelo aprendente através da percepção das habilidades que se destacam em cada sujeito, incentivando-o a se desenvolver suas potencialidades. Desse modo, utilizando as ferramentas e os mecanismos adequados, pode-se transformar a realidade atual.
UM OLHAR DIFERENCIADO
Uma criança ao nascer não está programada para viver em sociedade: não sabe falar, andar, ir ao banheiro ou usar as técnicas para sua subsistência e proteção. É necessário, antes, ensiná-la. Ninguém nasce pronto. Aliás, nunca estaremos. O processo de desenvolvimento humano é contínuo.
Uns aprendem de um jeito, enquanto os demais absorvem o conhecimento sob uma ótica diferente.
Sem rotular, passamos a entender o funcionamento do aluno e as demandas que ele traz. O rótulo dificulta uma parte importante na efetividade desse processo de construção. Os diagnósticos devem, sobretudo, dar subsídios fidedignos aos encaminhamentos necessários.
Utilizar de recursos estimulantes fortalecem os vínculos professor x aluno e a possibilidade de sucesso na mediação do saber e do saber fazer.
Taxar a criança como “bagunceira” ou “preguiçosa” não a incentiva, não a faz crescer cognitivamente.
Às vezes, ajustar a maneira de olhar para esse sujeito em construção é o ideal. Crianças com TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade), por exemplo, necessitam de um processo investigativo, que não esteja no automático, mas sim, personalizado. Cada um é um e traz consigo suas especificidades, suas particularidades.
Seguindo na busca por atender o aluno da forma mais assertiva possível, é prudente conhecer e reconhecer os pontos fortes e fracos, as facilidades e as dificuldades, e os desafios que o aprendente enfrenta.
Cada um tem seu ritmo. E o mediador desse processo deve fazer uso das melhores intervenções.
Nosso papel é acreditar nas crianças e fazer com que elas também acreditem.
“Gosto de ser gente porque, mesmo sabendo que as condições materiais, econômicas, sociais, políticas, culturais e ideológicas em que nos achamos geram quase sempre barreiras de difícil superação para o cumprimento de nossa tarefa histórica de mudar o mundo, sei também que os obstáculos não se eternizam.”
(Paulo Freire)
💙
Da série: InquietAÇÕES