A água que invadiu mais uma vez a casa da Fabiane Fernandes, na Campina, não saiu do Rio dos Sinos, aliás sequer chegou no rio. Verteu dos bueiros ainda obstruídos pelos sedimentos da enchente de maio de 2024, por exemplo. É o sistema de drenagem insuficiente para dar vazão à quantidade da chuva dos últimos dias. Enquanto isso políticos fazem vídeos sobre o nível do rio, vídeos criticando o governo, vídeos “entrevistando” o prefeito. Esse é o papel da imprensa que está fazendo jornalismo, dando voz para a comunidade, para as autoridades que tem a compreensão que estão falando para a população e não para profissional. É ouvindo especialistas da área que a imprensa informa a causa dos alagamentos da Vicentina e Campina: obstrução na drenagem. Para todas as Fabianes o problema é a chuva, é o pé na água, é mais prejuízo com os pertences, com os dias parados de quem é autônomo, ou seja, muito longe da narrativa política se o prefeito A trabalhou e o B não trabalhou. Todos os prefeitos trabalharam, o que não significa que todos os resultados foram e são os melhores. Mas não será pela retórica política, pela polarização que resolveremos os alagamentos. Passou da hora dos políticos entenderem que seu papel não é monitorar a rede social do adversário para dar uma resposta à altura, mesmo que seja debaixo de chuva, com frases prontas. Também não é falando para os seus que aplaudem no plenário e compartilham nas redes sociais que a Fabiane deixará de pisar na água dentro da própria casa. Políticos eleitos precisam saber qual seu papel.
Não é sigla partidária é o sistema de drenagem insuficiente
FOTO; Juliano Palinha
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