A moradora Fabiane Fernandes, que reside na rua Santa Edwiges, 120, no bairro Campina, abordou o repórter Juliano Palinha sobre a ponte 25 de Julho no dia 29 de maio, durante o programa Tá na Hora da Berlinda.
Em seu relato, uma preocupação quanto a um valão de contenção aberto perto da sua casa, atrás da fábrica da Dalleaço – uma espécie de barreira de contenção com macro-drenagem – que oferecia riscos de transbordar em caso de fortes chuvas.
Exatamente 19 dias após a reclamação ao vivo, sua casa foi invadida pelas águas do arroio durante a madrugada desta quarta-feira (18), após incessantes chuvas que assolam a região desde o início da semana.
Durante o programa Tá na Hora da Berlinda de hoje, o repórter Juliano Palinha novamente foi acionado pela moradora, que fez duras críticas ao poder público e demonstrou os efeitos de mais uma invasão das águas dentro da residência: a quinta vez desde que ela mora no local.
Valão construído sem consulta
Fabiane conta que, desde 2024, luta contra as consequências de um valão escavado pela prefeitura sem ouvir os moradores. “Estou cansada. Eles abriram um valão atrás das nossas casas para drenar a água dos pátios, mas nunca funcionou. Reclamei diversas vezes e fui ignorada. Agora minha casa está dentro da água de novo”
Para ela, a obra tocada pelo governo Vanazzi foi uma “decisão sem sentido”, pois o canal corre ao lado do arroio, longe das residências. Agora, toda a casa está afetada, especialmente o atelier do marido. “É dali que ele tira o sustento da família, e não consegue trabalhar em situações assim. Esta já é a quinta vez que minha casa alaga desde que moro aqui e durante as enchentes de 2024, precisei sair porque a água cobriu a casa, passando dos 4 metros”, avisa.
Fabiane faz duras críticas ao Poder Público: “Não fazem um serviço decente, mesmo eu estando com todos os impostos em dia. Agora, se eu deixar de pagar uma conta, rapidamente encontram meu endereço para cortar água e luz”, ataca a moradora.
Mara, que mora ao lado, não teve água da chuva dentro de casa, mas enfrenta outro drama: “Os bueiros nunca são limpos e a fossa não dá vazão. A água suja volta pelo banheiro. É insuportável”, comenta.
Moradora não recebeu nenhum auxílio
Fabiane reforça que, apesar dos impostos pagos em dia, nunca recebeu socorro municipal. “Perdi toda a mobília em 2024 e comprei tudo com sacrifício. Fui à prefeitura pedir ajuda para receber auxílios e me negaram. Parece que benefícios são para quem tem dinheiro; pobre só ganha o direito de ficar na água e a obrigação de quitar as contas em dia”, desabafa.
Desabafo e apelo por responsabilidades
Sobre deixar o imóvel, Fabiane questiona quem garantiria uma nova moradia. “Penso em sair daqui, mas quem me dá um novo lugar? Já trabalho no limite para pagar contas e substituir perdas. Desde 2023 é gasto atrás de gasto.”
Por fim, ela faz um alerta à população: “Não tenham medo de cobrar políticos, independente de quem esteja no poder. Eles são nossos funcionários e têm a obrigação de prestar serviços decentes. Em 2024, avisei todos os candidatos durante a campanha eleitoral, que vinham até a minha casa pedir voto, sobre o problema do valão. Prometeram resolver, mas aqui estamos novamente na água”, finalizou.




Casa de Fabiane foi novamente inundada: problema já é recorrente de ano e piorou desde o ano passado
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