Levantamento realizado pela Amvag aponta que, só nas quatro principais especialidades e exames, a demanda reprimida chaga a quase 40 mil.
Imagina sofrer um acidente, fraturar o ombro, procurar atendimento pelo SUS em diferentes cidades e, por falta de vaga no atendimento que é obrigação do governo do Estado, entrar numa fila de espera sem previsão de atendimento? Ou sofrer diariamente com o drama da filha diagnosticada com câncer nos ossos há um ano e que desde outubro de 2024 aguarda pela primeira consulta com oncologista. Ou ainda sentir-se impotente com a situação da sobrinha que sofre de dores devido a uma hérnia de disco e apesar de caso ser considerado prioridade, não consegue atendimento. A dor vivenciada pelos pais e responsáveis pelos pacientes que dependem dos serviços do Estado é compartilhada com angústia pelos prefeitos da Amvag que na reunião de quarta-feira, debateram o assunto e cobram respostas.
Neurologia, oftalmologia, otorrino, traumatologia/ortopedia são as especialidades com maior fila de espera. Somam quase 26 mil casos. Entre os exames, tomografias, ressonância magnética e mamografia lideram a fila com cerca de 14 mil pacientes.
Oftalmo e otorrino são as especialidades com maior fila de espera: 13, 5 mil e 4,5 mil respectivamente. O atendimento em neurologia soma mais de 4 mil pessoas aguardando, sendo que cerca de 1,3 mil são crianças. Entre os exames, a ressonância magnética chega a quase 10 mil atendimentos na fila, seguido da mamografia com mais de 2 mil.
“Os prefeitos estão desesperados, pois sofremos junto com nossa comunidade. Se temos como esperar inertes para que as coisas melhorem”, desabafa Gaspar Behne, presidente da Amvag.
Na reunião de quarta, prefeitos se mostraram sabedores de praticamente todos os casos de suas respectivas cidades e estão aflitos e preocupados com a fila de espera por atendimento de consultas e exames que não dependem das prefeituras e cuja demanda só aumenta. Há um temor geral pelo agravamento do quadro devido às doenças de inverno. A Amvag está buscando audiência com a secretaria de saúde do RS para debater o assunto e buscar soluções.