Vanazzi critica Estado após enchentes e aponta: “atual gestão fez as mesmas coisas que eu ou até pior”

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O ex-prefeito Ary Vanazzi esteve presente na manhã desta segunda (19) no Berlinda Entrevista, e teceu duras críticas ao Governo do Estado acerca dos repasses para os projetos de reconstrução do Estado, em virtude das cheias históricas de maio de 2024. Ele respondeu às criticas acerca da sua administração municipal frente à tragédia do ano passado, e pontuou que o atual governo leopoldense não fez nada além do que ele já tinha feito.

Para Vanazzi, as prefeituras da região deveriam se mobilizar mais sobre às questões relacionadas ao clima, trazendo este assunto para o centro das prioridades das gestões municipais.

O ex-prefeito – que esteve à frente do Executivo Municipal por 16 anos – iniciou sua fala relembrando que acompanha as situações dos diques da região desde a década de 1980, quando passou a morar no bairro Campina, onde reside até hoje. Ele relatou a evolução dos sistemas de proteção ao longo das últimas décadas, e pediu que o RS apele a universidades e prefeituras vizinhas para viabilizar projetos técnicos sólidos e encaminhar licitações ainda neste ano.

Cobrança por diques e histórico de atuação

“A luta pelos diques começou em 1981 e 1982, e participei ativamente do movimento Pró-Dique nos governos Collor e Sarney”, lembrou Vanazzi. Ele explicou que os primeiros sistemas, projetados pelo governo alemão nos anos 1970 para enfrentar as enchentes de 1946, foram instalados no Centro, mas áreas como a Campina e o Rio do Sinos ficaram incompletas por falta de recursos. “Ou seja, são sistemas totalmente desatualizados que requerem atualização, o que requer recursos e uma responsabilidade maior do Governo do Estado”, apontou.

Crítica ao Estado e uso de verbas federais

Vanazzi referiu-se aos R$ 6,5 bilhões liberados pelo governo federal para obras de contenção, mas que, segundo ele, têm sido desviados para “publicidade, limpeza de bocas de lobo e pequenos reparos”. “O Estado tenta terceirizar a responsabilidade em vez de fazer uma mobilização técnica interna, com o apoio das prefeituras de Sapucaia, Esteio, Canoas e Novo Hamburgo”, comentou, sugerindo uma portaria conjunta que legitime um grupo técnico com a Metroplan e universidades para preparar um projeto básico e abrir licitações

Desafios técnicos e próximos riscos

Vanazzi alertou para o cenário meteorológico que afeta todo o Sul do Brasil e a Argentina. “Metade das cidades vizinhas já está sob água, e sem dragagem e elevação dos cercamentos, a tragédia se repetirá.” Ele defendeu que as prefeituras cobrem oficialmente o Estado pelos repasses do federal e mantenham equipes técnicas locais trabalhando em regime de urgência. “Ao meu ver, esta deveria ser a prioridade das nossas prefeituras. Em outros tempos, diversos protestos já teriam sido realizados pedindo a mobilização por esta demanda”.

“Me criticam, mas não tem nada de novo no atual governo”

Ao rebater acusações de inércia, Vanazzi foi enfático: “O governo que está aí, está fazendo as mesmas coisas que eu, e até de modo piorado. De acordo com o ex-prefeito, as obras de prevenção às enchentes iniciadas em seu governo, não teve evoluções significativas para a atual gestão. “As valas eles estão limpando, claro. Mas as pessoas precisam lembrar que quando eu limpei atrás do ginásio, retiramos árvores de meio metro de grossura. Na oportunidade fomos criticados por esse desassoreamento. E atualmente, o desassoreamento sequer existe, porque estão apenas limpando valetas. É importante? claro que é! Mas a dragagem em si, provavelmente eles nem tem aprovação do Estado para fazer”, destacou.

Acompanhe a entrevista completa de Ary Vanazzi em nossas plataformas digitais.

OUÇA ABAIXO A ENTREVISTA COMPLETA

 

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