O papa Leão XIV visitou neste sábado, 10, o túmulo de seu antecessor, Francisco, após fazer um discurso aos cardeais no qual se declarou um “humilde servo de Deus” e afirmou querer seguir o caminho trilhado pelo jesuíta argentino.
Dois dias depois de ser eleito chefe da Igreja católica, o papa americano-peruano visitou o túmulo do pontífice argentino, falecido em 21 de abril, na basílica Santa Maria Maior, em Roma, indicou à AFP uma fonte do Vaticano.
O papa, que pertence à Ordem de Santo Agostinho, visitou também a basílica de Nossa Senhora do Bom Conselho, em Genazzano, 50 quilômetros a sudeste de Roma, informou o Vaticano.
Anteriormente, em uma reunião de cardeais na Santa Sé, o 267º pontífice da Igreja católica deu algumas pistas sobre suas prioridades e estilo.
O novo papa foi aplaudido ao entrar no salão de conferências vestido com uma túnica papal branca, de acordo com um vídeo divulgado pelo Vaticano.
“Considerei adotar o nome de Leão XIV. Há várias razões, mas a principal é que o papa Leão XIII, com a histórica encíclica Rerum Novarum, abordou a questão social no contexto da primeira grande revolução industrial”, declarou o pontífice de 69 anos.
Esta encíclica de 1891, um tipo de texto no qual os papas abordam questões importantes, pode ser traduzida como “coisas novas” ou “inovações” e é a base da doutrina social da Igreja Católica, que visa promover a dignidade humana, a solidariedade e o bem comum, entre outros valores.
“Hoje, a Igreja oferece a todos seu patrimônio de doutrina social para responder a mais uma revolução industrial e aos desenvolvimentos da inteligência artificial, que colocam novos desafios na defesa da dignidade humana, da justiça e do trabalho”, disse ele.
Na primeira missa de seu pontificado, na sexta-feira, este ex-missionário, nascido em Chicago e que serviu como bispo no Peru, denunciou o declínio da fé em favor do “dinheiro”, do “poder” e do “prazer”.