Fazer gestão da rede municipal de Saúde de São Leopoldo é um desafio diário que a maioria das pessoas sabe ou pensa que sabe. No Berlinda News Entrevista desta quinta-feira (24) a secretária municipal de Saúde, Kelbe Gonçalves Rodrigues, que completa hoje dois meses na função, relatou um atendimento desta manhã. ” Mobilizamos dez pessoas da saúde mental para o encaminhamento de dois pacientes para Porto Alegre. Seis pessoas na ambulância com um paciente e quatro em outro veículo com o segundo paciente”, relatou Kelbe sobre o início do dia. De todos os desafios, o financiamento da saúde é pauta diária. Só de exames são R$ 4,5 milhões por ano, recurso investido de acordo com a prescrição do médico e muita gente não retorna para buscar. Geralmente a média de 29 a 30 mil exames/mês porém em março foi 68 mil exames. Infelizmente 60% das pessoas que marcam consulta pelo Zap da Saúde não comparecem e os médicos deixam de atender quem está na fila. São médicos, um pela manhã e outra à tarde só para esse atendimento”, explicou a secretária.
As dificuldades relatadas pela atual secretária para contratar especialistas é praticamente a mesma de anos anteriores. “Não existe pediatra para as Unidades Básicas de Saúde (UBS) porque o SUS não preconiza isso. Na UBS é o médico da família que atende a gestante, a criança, o pai, a mãe o idoso e se houver necessidade será feito o encaminhamento. Se a criança está passando mal, está com febre alta o lugar para buscar atendimento é na UPA/Scharlau, Centro de Saúde da Feitoria e no Hospital Centenário dentro do sistema de URGÊNCIA E EMERGÊNCIA. São informações que precisam chegar na população assim como as cores das pulseiras. Vermelho é urgência, amarelo vem em seguida. Já verde e azul são pessoas que podem aguardar mais tempo, algumas horas porque estão com uma dor no pé, por exemplo, há vários dias, então podem aguardar ou procurar a UBS”, reforça a secretária.
Especialistas em falta
Conforme a secretária Kelbe, a Saúde fará uma licitação em breve para contratar as especialidades em falta ou que não conseguem atender a demanda. “Precisamos de nefrologista, reumatologista, endócrino, cardiologista, oftalmologista pediátrico e neurologista pediátrico. No caso do neurologia pediátrico atualmente temos 26 consultas pela clínica TeAme, cinco pela Unisinos e mais 33 pela clínica NH, totalizando uma média semanal de 60 consultas e 250 mês. Ainda é pouco mas estamos buscando aumentar o atendimento. Eu não vou melhorar a saúde em 100% mas quero deixar melhor que encontrei”, afirmou Kellbe.
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