As bombas anfíbias que têm a função de drenar a região da Vila Brás, no bairro Santos Dumont, em períodos de grande volume de chuva, seguem drenando apenas ar. Isso porque, elas estão em estado de abandono na casa de bombas de Novo Hamburgo que fica do outro lado do Arroio Gauchinho.
Na manhã desta quarta-feira (23) o jornalista Juliano Palinha entrou ao vivo do local para o programa Tá na Hora e mostrou que as bombas estão paradas e expostas ao sol e a chuva.
Moradores da região demonstraram preocupação. Até porque, em questão de uma semana completará um ano da trágica enchente que atingiu o Rio Grande do Sul. Nessa região dos bairros Santos Dumont, em São Leopoldo, e Santo Afonso, em Novo Hamburgo, o Arroio Gauchinho transbordou deixando tudo em baixo d’água.
“A gente se arrepia e hoje faltam dez dias para completar um ano e as coisas não estão como deveriam. Disseram que tudo seria melhorado, mas até agora nada aconteceu e vemos as bombas compradas por São Leopoldo jogadas em Novo Hamburgo e não vejo uma solução imediata. Pedimos que os prefeitos das duas cidades levem essa situação a sério. O inverno vai chegar, vai voltar a chover e vamos entrar em pânico de novo”, afirmou Claudimir Schütze, morador da área e que já pretende reunir as comunidades dos dois municípios para cobrar das autoridades responsáveis. “Não dá para deixar acontecer para depois remediar.”
Conforme a assessoria de comunicação do Serviço Municipal de Água e Esgotos (Semae) “as bombas não foram retiradas do local, elas apenas foram realocadas pela questão da nova subestação que será construída. Elas foram enviadas pela nossa equipe de manutenção que está no local.”
No dia 11 de abril, porém, o Berlinda News fez uma matéria sobre o mesmo assunto. Duas semanas atrás, o diretor do Serviço Municipal de Água e Esgotos (Semae), Gabriel Dias, afirmou que não havia uma data para a instalação das bombas anfíbias, mas que seriam realocadas no Arroio Gauchinho.
Quando foram retiradas, no dia 24 de fevereiro, Dias justificou dizendo que as bombas passariam por limpeza e manutenção. “Estamos retirando porque os canos estavam soltos, bombas desligadas desde de novembro, sem encanamentos e cabos roubados. Se deixarmos como está corremos o risco de roubarem os fios de dentro das bombas aí sairá muito mais caro. Então vamos limpar, organizar e reinstalar elas pelo lado de São Leopoldo para ver se podemos ligar com o custo que está previsto no contrato.”
Trauma e medo
Um ano após a enchente, o que fica é o pânico. Marco Bars, integrante da Associação do bairro Santos Dumont sabe bem disse. É a ele que a comunidade tem recorrido quando começa a chover. “Quando chove o telefone não para. São moradores perguntando se o arroio vai transbordar porque não tem prevenção de cheias.”
O morador Josmar Dorneles, mais conhecido como Coelho, ratificou a fala de Bars. “A preocupação é se vem mais chuva e as bombas não estão montadas e estão abandonadas aqui. As pessoas perguntam como está a instalação e a gente não tem o que dizer porque vem aqui e vê que está tudo parado.”
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