Conforme o IBGE, hoje, dos 214 mil habitantes de São Leopoldo,109.845 são mulheres e dessas, conforme a BM, 378 estão com medida protetiva, assistidas e “protegidas” pelas equipes Maria da Penha, do 25° BMP. São 378 moradoras da cidade, vítimas da violência doméstica que decidiram pedir socorro à Justiça. Assim como a sociedade, as equipes sabem que esse número não reflete a realidade. “Quando a vítima pede socorro aos órgãos oficiais é porque a violência é de muito tempo, é tóxica”, disse a comandante das Companhias de Policiamento de São Leopoldo, Portão e Capela de Santana, capitã Bibiana no Berlinda News Entrevista de hoje (10) que também teve a participação da SD Ianca Sabrina Neus, de Novo Hamburgo, e da Sd Liandra Oliveira Padilha, que atende Sapiranga, Nova Hartz, Araricá, Campo Bom e Estância Velha.
Ciclo de violência
As policias militares são unânimes em afirmar que o objetivo da Patrulha Maria da Penha é atuar e romper o ciclo de violência. “Nosso trabalho é mostrar para a vítima que ela não deve aceitar a violência, que isso não é certo e muito menos é culpa dela. A carga emocional dessas mulheres é terrível”, relata a sd Ianca.
Sd Ianca
Reviver o momento de dor
Conforme a sd Liandra, a primeira visita à vítima requer tempo, habilidade e sensibilidade para que a mulher tenha a confiança para contar sua história. “A chegada da patrulha é o primeiro atendimento, contato após o registro. Isso causa um impacto porque estamos diante de mulheres fragilizadas, sofridas e muitas tem dificuldade em falar porque isso significa reviver o momento de dor”, observa Liandra.
Sd Liandra
Sem julgamento
“Nosso papel não é julgar, muito menos questionar quando a vítima ligar após um “pseudo retorno” do agressor à casa. Muitas vezes a vítima concorda, com medo de mais violência porque ainda não conseguiu romper o ciclo que dura anos”.
Capitã Bibiana
Saiba mais
- O primeiro contato é pelo 190. Em seguida solicitar a medida protetiva. Assim que a vítima começa a ser assistida pela patrulha, ela recebe um número para entrar em contato com os próprios patrulheiros, quando precisar.
- São 112 municípios do RS com equipes constituídas para a patrulha;
- No total, mil policias militares no RS estão capacitadas para atuar como patrulheiros em todos os municípios gaúchos;
Mulheres com medida protetiva por cidade
São Leopoldo – 378
Portão – 30
Capela de Santana – 6
Novo Hamburgo – 30
Sapiranga, Nova Hartz, Araricá, Campo Bom e Estância Velha – 20