Prefeito de Sapucaia do Sul, Volmir Rodrigues
“Estamos desde sábado mobilizados e entendemos em continuar na congestão. Porque hoje estamos na bandeira vermelha, mas devido a congestão estamos na bandeira laranja. Então vamos sair da laranja para a preta. Também temos o Comitê Covid que integra a Acis, CDL, OAB, Hospital, Secretaria de Saúde e o gabinete do prefeito e discutimos muito isso. Então decidimos continuar na congestão e ficar na bandeira vermelha. A região 8 que tem os municípios de Sapucaia, Esteio, Canoas, Triunfo, Nova Santa Rita, Montenegro, Capela de Santana, são 18 municípios ao todo, assinaram um documento para continuar a congestão e permanecer na bandeira vermelha, porque passar para a bandeira preta seria algo muito drástico para nós.”
“O Hospital Getúlio Vargas tem hoje dez leitos UTI, nove leitos UTI covid, mas hoje à tarde vamos instalar mais dez leitos UTI covid no hospital e para isso vamos fazer uma realocação dos outros setores. Nós temos profissionais para atender esses pacientes. Eu não posso permitir que os moradores de Sapucaia sejam deslocados para outras cidades. Além disso, eu estive na nossa UPA e está demorando cerca de 4 horas para atender pacientes com sintomas de covid. Os primeiros dias após o carnaval foram muito críticos.”
“Basta olhar nas redes sociais: é festa, praia e parece que lá não tem covid. Agora quando se fala em trabalhar, todo mundo tem covid. É uma doença grave, agressiva. E está aí, temos que cuidar e as pessoas precisam ter consciência.”
Prefeito de São Leopoldo, Ary Vanazzi
“O nosso Comitê sempre foi um espaço que construímos com legitimidade e temos a obrigação de fazer propostas e de apresentar a situação de acordo com a gravidade do momento e eu acho que estamos vivendo a situação mais grave da pandemia desde março do ano passado. Então apresentamos o lockdown e vamos apresentar na reunião do comitê hoje à tarde. Agora se o comitê não aceitar, entraremos em bandeira preta. Esse final de semana foi dramático. Ontem recebemos oito pacientes da região, lotamos os nossos leitos com pessoas de fora de São Leopoldo.”
“Acredito que no momento é o maior erro assumir a congestão e vão pagar uma conta terrível. Nós, prefeitos, não temos poder de polícia, não temos orçamento, não temos coordenação e controle dos leitos da região, não temos relações internacionais como o governador.”
“As pessoas vão chegar ao hospital e não terão como ser atendidas e vão morrer. Isso que o reflexo da praia ainda não apareceu. Em que mundo vive essa gente? A gente alerta e alerta e as pessoas estão achando que isso é brincadeira. Está todo mundo sem condições de trabalhar e atender. O Governo Federal está em Brasília. O governo do Estado está no Palácio. Eu não! Eu estou na Campina, Na UPA, na Feitoria, no hospital, eu estou vendo as coisas, então precisamos externar nossa opinião para a sociedade parar um pouco, dar uma acalmada, para de sair, sair só quando necessário. Tem gente no mercado com a família inteira fazendo turismo, sem usar máscara, o mercado também não exige o uso da máscara. Isso não pode continuar acontecendo.”
Presidente do Sindicato dos Contadores, Paulo Roque
“Nós abrangemos 29 municípios dos Vale dos Sinos, Vale do Paranhana e Vale do Caí. Todas as empresas, comércio, serviços, pequenas indústrias e médias obedeceram desde o início as regras impostas pelo governo estadual e pelos governos municipais. Em São Leopoldo foi desenvolvido o Polo Gastronômico pelo qual fizemos um selo de garantia, então a nossa parte foi feita e agora estamos novamente pagando essa fatura por irresponsabilidade das pessoas. Nós somos a favor da preservação da vida, mas também somos a favor da preservação dos empregos.”
“É simples, fecha o comércio e o povo vai parar de circular, mas vai para outro lugar, Novo Hamburgo, Porto Alegre. No mercado não transmite covid? No trem não transmite covid? É só no comércio que transmite covid? Foi fechado a primeira vez em Março e agora um ano depois estamos passando pela mesma situação. Fecha o comércio e pronto, mas qual é o problema que estamos enfrentando? Isso está amargurando toda a região. Não temos mais prorrogação de contratação de trabalho, não temos mais alívio de imposto, tivemos aumento do IPTU e tivemos outro aumento na taxa da água. Não temos mais auxílio emergencial que só em São Leopoldo beneficiou 60.221 pessoas de abril a dezembro de 2020. Acreditamos que de 30% a 40% das empresas vão desaparecer ou já estão em eminência de desaparecer.”
André Rota – representante do Pólo Gastronômico “Estamos encontrando duas realidades econômicas no município. Tem aquela que está gerando emprego e isso é saudável, mas também temos outra grande parcela de pequeno empresário, comércio, empresa de transporte, gastronomia e essa parcela está minguando e não estamos recebendo nenhum apoio. Se você olhar para a classe empresarial com o mesmo carinho que está se olhando para a pandemia para receber algum tipo de ajuda e amparar. Nós entendemos que medidas restritivas podem ser tomadas, mas só achamos que isso deve ser feito de forma coordenada em todas as regiões para que se tenha uma unidade. Não adianta fazer isso em São Leopoldo e nas outras cidades não ter essas medidas restritivas. O que estamos vendo é uma incapacidade do poder público de fazer cumprir regras. E aí temos festas, bailes funk clandestinos com 300, 500 pessoas. Qual é o comércio que consegue colocar 500 pessoas dentro em um só dia? Existem sim estabelecimentos controlados, existem ainda estabelecimentos com controle extra e esses não podem pagar por aqueles que não seguem regra nenhuma. Esses, devem ser punidos. Entendemos o lockdown, mas restringir quem sempre segue as regras não dá para entender.”