Em 20 dias, mais de 300 pessoas de municípios vizinhos — fora das pactuações oficiais — recorreram à emergência do Hospital Centenário, em São Leopoldo (RS), em busca de atendimento, afirma o diretor-presidente Ricardo Silveira. A informação foi repassada ao jornalista Juliano Palinha, que esteve na frente da emergência do Hospital Centenário na manhã desta quinta-feira (15) durante o programa Tá na Hora da Berlinda.
Referência para 31 cidades da região metropolitana, o hospital sustenta que não deixou de ofertar nenhum serviço, mesmo diante do fechamento de leitos em outras redes, mas alerta que muitos pacientes que chegam deveriam ser atendidos na Atenção Primária de Saúde, via Estratégia de Saúde da Família.
Mais de 300 pessoas
O diretor revelou um dado alarmante. “Nos últimos 20 dias, tivemos a procura de mais de 300 pessoas de outros municípios”, revelou Ricardo Silveira. “Quem não encontra atendimento em sua cidade, nos procura espontaneamente.”
Segundo ele, a demanda extra não está ligada às pactuações. “Nós não paramos de ofertar nenhum serviço. Nossas portas seguem abertas. É a realidade da região, onde municípios fecharam leitos e pararam de ofertar serviços”. Ricardo também salientou que mesmo com a superlotação, a pediatria não está medindo esforços para encaminhar os casos de urgência.
“Hoje de manhã não tem 30 crianças, devemos ter em torno de 15. Em alguns momentos, o número de profissionais pode ficar inadequado para a demanda, mas isso não impede que remanejemos profissionais de outros sítios assistenciais para aquele momento”.
Apenas 3% deveriam estar na emergência
O diretor complementa que a linha de cuidado de urgência e emergência do Centenário é considerada de excelência, mas o levantamento interno aponta que “cerca de 3% das pessoas que aguardam suas consultas na emergência, de fato, deveriam estar ali. A maioria dos pacientes deveria ser atendida na Estratégia de Saúde da Família.”
Dados da ocupação
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150 partos por mês, em média.
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Adulto: 140% de ocupação registrado na última quarta-feira (14).
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Pediatria: 80% de lotação no mesmo dia.
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Equipe plantonista: três enfermeiras e dois pediatras atendendo, segundo a assessoria de imprensa.
“Tem sido uma luta…”
Mães que acompanham os filhos na emergência descrevem a superlotação diária. “Tem sido uma luta, pois estamos vendo que não falta bom atendimento dos profissionais, mas sim os profissionais em si”, conta Tácia Conceição da Silveira. Ela relata que as mães se revezam na higiene e na guarda das crianças, enquanto algumas precisam se ausentar para outros compromissos.
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