Os números da violência contra mulheres seguem assustando as autoridades da segurança pública, principalmente após os dez feminicídios que tivemos no último feriadão. Em São Leopoldo, felizmente não tivemos vítima fatal, mas em 2024 a cidade foi a segunda do Estado com mais vítimas (quatro mulheres foram mortas por ex-companheiros). Mesmo assim os dados da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher de São Leopoldo (DEAM) assustam. Nos primeiros três meses do ano foram registrados 849 ocorrências policiais. O número indica que a cada três horas é feito um registro de violência contra mulher no município.
Conforme as informações da delegada Michele Mendes Arigony, nestes 90 dias de 2025 ocorreram 423 procedimentos instaurados, 368 remetidos ao Juizado e 323 Medidas Protetivas de Urgência. Até ontem 64 agressores foram presos.
Os números podem ser ainda maiores, pois a delegada lembra que alguns registros são realizados direto na Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento (DPPA). “Claro que todas as ocorrências ficam com a DEAM”, reforça.
Ainda de acordo com a titular da Deam, a média de idade das mulheres que sofrem violência é de 25 a 35 anos de idade. “Tem todas as idades, mas posso avaliar superficialmente que a maioria é entre 25 a 35.”
BRIGADA MILITAR
São Leopoldo também conta com a atuação forte da Brigada Militar no combate à violência contra mulher. A Patrulha Maria da Penha, além de registrar diversos atendimentos, já visitou nos primeiros três meses 1.205 vítimas. Um trabalho diário da corporação. A Brigada conta com 382 vítimas cadastradas no sistema.
ABRIGOS PARA VÍTIMAS
São Leopoldo não tem abrigos para mulheres que sofrem com violência, entretanto compra vagas quando ocorre a necessidade de proteger a vítima. Segundo a secretária Municipal de Políticas para Mulheres, Amanda Homem, o governo município tem um convênio com uma Universidade de até seis vagas para mulheres vítimas de violência e seus filhos. “Pagamos o valor de R$ 11.500,00 mensais. O abrigamento é a última instância da violência, quando a mulher está em risco iminente de vida e não possui outro lugar para acolhimento”, explica.
Ainda de acordo com Amanda, o número de abrigadas varia conforma a demanda. “Há semanas que temos as vagas completas, outras não. Mas até hoje sempre conseguimos atender todas as mulheres encaminhadas pelos órgãos responsáveis”.
Os telefones para atendimento às mulheres vítimas de violência é 180 (Central de Atendimento à Mulher), 153 (Ronda Lilás), 190 (Brigada Militar) ou o Centro Jacobina 2200-0446 / 2200-0447 / 51 99788-3212 (WhatsApp).