O principal papel do Estado é garantir direitos à população com liberdade religiosa assim como a proteção e respeito igualmente para aqueles que não optarem por uma crença. Esse foi o tema da audiência pública de iniciativa da vereadora Karina Camillo (PT), na Câmara de Vereadores de São Leopoldo na quarta-feira (16). Em parceria com o Movimento Brasil Laico, discutiu a efetivação da laicidade no país para a garantia da liberdade religiosa, na qual também foi proposto o Projeto de Lei para a criação do Dia de Conscientização do Estado Laico na cidade. A laicidade é um importante marco que separa a administração do Estado das crenças religiosas pessoais dos agentes políticos.
“A proposta é que o Dia Laico seja no dia 5 de outubro, aniversário também da nossa Constituição, para que as ações de conscientização aconteçam com urgência na área da educação, cultura, saúde e assistência social”. Representante estadual do Movimento Brasil Laico, Paula Lau
“É lindo ver a casa do povo cheia com essa variedade inter-religiosa; temos evangélicos, católicos, povos de matriz africana, espíritas, budistas, agnósticos e muitos outros”. Vereadora Karina Camillo
“O primeiro Conselho de Povos de Matriz Africana fundado no Brasil foi em São Leopoldo, por isso somos uma referência em fatos históricos, uma cidade de movimento, articulação e resistência”. Babalorixá do Ilê dos Orixás de São Leopoldo, Pai Dejair de Ogum
“Uma série de violações ao Estado laico são cometidas nos locais públicos, desde ter símbolos expostos que exaltam um determinado deus até tomar decisões jurídicas usando argumentos bíblicos para legitimar sentenças”. Zen budista Monja Kokai
“Como é crescente a intolerância contra povos indígenas e a destruição de suas casas de reza.” Cibele Kuss, do Fórum Inter-Religioso e Ecumênico do RS
“Respeito para com as religiões não cristãs. Ter uma sociedade justa e de paz requer esforço individual”. Pastor evangélico da União Apostólica Remanescente, Fabrício Oliveira
“É necessário formação dos líderes responsáveis pelos espaços públicos, dos líderes dos espaços religiosos e da base nas comunidades”. Sociólogo e padre jesuíta José Follmann,
” O tripé de diálogo é fundamental diante dos perigos do fundamentalismo religioso nas decisões políticas”. Professor de Ciências Sociais da Faculdade EST, Oneide Bobsin
“Transformar o ambiente legislativo em um culto é uma afronta ao Estado laico, é como rasgar a Constituição”. Vice-presidente da Sociedade Espírita, José Bandeira.
“Isso não pode continuar sendo naturalizado, por isso, quando falamos da efetivação da laicidade é porque pensamos em democracia, liberdade e unificação”. Deputado estadual Matheus Gomes
“Acreditamos na possibilidade de vivermos verdadeiramente o Estado Laico, porque temos os vereadores da bancada do PT legislando a favor disso”. Ana Affonso, suplente deputada estadual e coordenadora da bancada do PT na Câmara.
“Precisamos enfrentar esse debate e ir à luta para combater a discriminação e o favorecimento de certas religiões”. Deputado federal Marcon
