APOIO: Equipe de ginástica artística de São Leopoldo se prepara para torneios internacional e nacional

10 de abril de 2025 - 10:41
Por Isabella Belli

A um salto para conquistar o mundo. A equipe principal de ginástica artística da Sociedade Ginástica de São Leopoldo já tem este ano, pelo menos, dois torneios que podem alavancar ainda mais as atletas do município. Em junho, pelo segundo ano consecutivo, elas participarão da 27ª Copa Internacional de Ginástica Artística que vai ocorrer na cidade de Montevidéu, no Uruguai, nos dias 5, 6 e 7. Já em novembro, elas embarcam para João Pessoa, no Estado da Paraíba para o Torneio Nacional de Ginástica Artística que já teve como medalhistas as atletas Rebeca Andrade e Lorrane Oliveira.

Hoje, a equipe principal que tem como uma das treinadoras Camila Corrêa, conta com dez atletas de 9 a 16 anos, mas para chegarem até as competições, elas passaram antes pelas categoriais iniciais. “Dividimos as turmas em Baby, que são para crianças de 4 a 7 anos e depois em Escolinha e por último, Avançado”, contou ela que tem criado com as atletas uma rotina quase que diária de treinamentos com o objetivo de buscar sempre o melhoramento.

“Elas treinam três vezes por semana, duas horas e meia por dia. Sendo que se precisa vir no final de semana para passarmos a coreografia, elas vêm também.”

De atleta a treinadora

A disciplina é necessária, já que entre a Copa Internacional no país vizinho e o Torneio Nacional no nordeste, elas ainda devem disputar campeonatos estaduais. O foco de todas elas é um dia poderem chegar onde Daniele Hypolito, Daiane dos Santos e Rebeca Andrade chegaram. “Minha inspiração é a Rebeca porque ela passou por muitos desafios, por contusões, mas ainda sim, ela superou e hoje é considerada uma das melhores do mundo”, contou a ginasta Ana Beatriz, 16 anos que faz parte do projeto da Sociedade Ginástica há nove anos. Este será o último ano da atleta na equipe principal, mas o afastamento do esporte está longe de acontecer. Isso porque Beatriz já está como treinadora das equipes da Escolinha de ginástica do clube. “Em 2023 eu também comecei a treinar a equipe mirim que também participa das competições. Não tem como separar a ginástica com o que eu sou hoje. O que mais me encanta nesse esporte é o desafio, porque tem sempre algo a melhorar. Até quem me conhece muito pouco sabe que sou ginasta”, contou ela um pouco antes de entrar na brincadeira do jornalista Juliano Palinha durante a live e entrevistar as demais atletas.

Desafios começam antes das competições

Os desafios citados por Ana Beatriz infelizmente não são enfrentados apenas nos aparelhos como na trave, nas paralelas ou no solo. Ano passado, por exemplo, em função da trágica enchente que atingiu praticamente todo o Rio Grande do Sul, as atletas tiveram apenas duas semanas de treinamento antes de competirem na 26ª Copa Internacional de Ginástica Artística, no Uruguai.

Outra barreira enfrentada diariamente por toda a equipe é a financeira. Para manter o projeto e poder participar de competições internacionais e nacionais, as atletas contam com a ajuda dos próprios pais. “Sem a colaboração dos pais e responsáveis a gente não viajaria e eles pegam junto. Fazemos festa junina, festa do dia das crianças, rifa, tudo para conseguir angariar recursos. Isso porque não temos patrocinadores, não temos uma ajuda de custo”, lamentou a treinadora que lembrou que muitos não sabem que São Leopoldo possui uma equipe de ginástica artística. “Tem muita gente que mora há muito tempo em São Leopoldo, que passa por aqui, em frente a Sociedade Ginástica e não sabe que temos uma equipe de ginástica artística.”

Para se deslocarem ao Uruguai, os pais alugarão um ônibus onde vão viajar a equipe e também algumas mães como acompanhantes. Para alimentação, será usado o valor arrecadado com a venda de espaço para anúncio tanto na camisete da equipe como no banner e também na página do Facebook. “Vendemos cada espaço por R$ 250,00. É um valor único que juntamos para depois pagar a alimentação das atletas durante as viagens”, explicou Camila.

Para o torneio em João Pessoa, porém, a situação já é diferente. O custo será de R$ 5 mil para cada atleta e desde já, a equipe e as famílias contam com a ajuda de quem puder colaborar. “Até ano passado cada ginasta tinha uma madrinha ou um padrinho que ajudava com algum valor, mas esse ano não conseguimos ninguém”, comentou a treinadora que ressaltou o quanto as meninas se dedicam ao esporte. “É bonito de ver o comprometimento delas, porque a internet está aí e é muito acessível, mas mesmo assim elas reservam duas horas e meia por dia para estarem aqui e se precisar vir no final de semana para aprender a coreografia, elas vêm.”

Os aprendizados

Apesar das dificuldades, no dia 17, as atletas receberão uma injeção de ânimo com a visita da ex-ginasta gaúcha Daiane dos Santos que visitará a Sociedade Ginástica para assistir a uma apresentação da equipe e principalmente, para conversar e falar sobre sua experiência e história como atleta.

Para Xana, mãe de Ana Beatriz, o fundamental desse aprendizado, é outro. “Elas aprendem a ter perseverança, disciplina, a serem resilientes, aprendem a lidar com o mundo lá fora. Os treinos, no final das contas, também acabam sendo um válvula de escape, porque se estão bem, elas aproveitam. Se uma não está muito legal, existe o acolhimento. E elas são muito unidas e companheiras.”

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