O crescimento dos evangélicos no Brasil chama atenção de pessoas dos mais variados setores da sociedade. Na política é um fato consolidado que ficou evidente na eleição de 2018 quando Jair Bolsonaro chegou à presidência da República, sem tempo de TV e desconhecido por milhões de brasileiros. Foi nesse momento que o leopoldense Ibanes Mariano, historiador e cientista político decidiu se debruçar sobre o tema evangélicos aqui em São Leopoldo. No Berlinda News Entrevista desta terça-feira (8) o tema foi como os evangélicos, os crentes surgiram no Brasil e se espalharam nos quatro cantos do país a partir da pesquisa de Ibanes Mariano para seu mestrado e também com o especial Crentes – do outro lado do muro, que estreou ontem (7) na Globo News.
“Conforme pesquisa do DataFolha, em 2018, na disputa Bolsonaro x Haddad, Bolsonaro teve 10 milhões de votos dos evangélicos. A partir disso, como cientista, decidi buscar se a Assembleia de Deus participou ou não da vitória de Bolsonaro em São Leopoldo. Como historiador preciso entender quando os evangélicos surgem no Brasil. Pra isso tive que voltar 500 anos até chegar aqui”, diz Mariano com alguns dos livros que leu, continua lendo e pesquisando porque agora o objetivo é o doutorado sobre o tema.
Emoção, fé, mulheres
Assim como no documentário Crentes – do outro lado do muro, Ibanes Mariano, relata que os “assembleanos” vão até o fim da periferia, no ponto extremo onde ninguém mais chega. “Acolhem, escutam e confortam as mulheres que posteriormente acabam levando os homens para o culto, local de emoção, de fortalecer a fé que é o que move essas pessoas principalmente. A emoção é outro componente fundamental porque chega na pessoa permitindo extravasar a emoção amenizando o sofrimento”, relata Mariano.
95 espaços
Em São Leopoldo, conforme Mariano, ele contabilizou 95 espaços de culto. “No início os evangélicos retiravam a pessoa da prática mundana, bebida, enfim hábitos que o afastavam da família, da igreja. Havia restrição inclusive de música. Hoje a realidade é outra. lojas que vendem artigos religiosos, inclusive roupas, tocam louvores, que é uma característica dos assembleanos e a música inclusive faz parte da prática religiosa.
Se espalha
A igreja Assembleia de Deus se espalha pelos seus rachas. Não é um grupo fechado, mas que cresce com espaços de cultos que reúnem, 100, 150 pessoas. Não é necessário um grande número de fieis, mas a fidelidade, a forma como essas pessoas aderem à igreja.”
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