Advogado de SL que teve três membros amputados após uma gripe, fala sobre a importância da vacina

4 de abril de 2025 - 10:54
Por Isabella Belli

O advogado de São Leopoldo, Luiz Fernando Depizzol foi o entrevistado desta sexta-feira (4) do programa Berlinda News Entrevista e contou o desafio e o cenário de superação que vem passando há exato um ano, quando foi internado com pneumonia.

Ao todo, foram 36 dias no hospital, sendo que 30 na UTI. “Minha esposa perguntou aos médicos quais eram minhas chances e disseram que eu tinha 80%, 90% de chance de ir a óbito”, contou ele que passou por complicações. Em função do quadro crítico, a equipe médica precisou administrar o medicamento noradrenalina conhecido por sua eficácia na vasoconstrição, mas que pode causar isquemia periférica, ou seja, nas extremidades do corpo. Depizzol acabou perdendo os dois pés e uma mão.

“Sempre tive uma vida muito ativa e saudável e foi isso que me salvou. A médica disse que, caso contrário, eu teria ido a óbito. E com certeza foi a atividade física também que me ajudou depois a superar as amputações”, afirmou ele que três meses após as amputações já estava utilizando as próteses. “Esse foi o período que o médico me deu e eu só consegui porque também fiz fisioterapia diariamente. Além disso, eu sei que sou privilegiado, porque se fosse pelo SUS eu não conseguiria as próteses tão rápido assim”, contou ele que, mesmo depois de um ano, ainda passa por certas adaptações.

“Quando vc se torna uma pessoa deficiente, a família toda também se torna. Então se antes eu jogava futebol com meus filhos, hoje, mesmo com a prótese, eu não consigo. Tive que me adaptar e agora nós interagimos jogando no tablet”, detalhou ele que vem sentindo ao longo desses meses a dificuldade de viver em um país que ainda precisa se conscientizar em relação às pessoas com deficiência física. “Existem, por exemplo, escadas sem corrimão ou com o corrimão solto. Você começa a se dar conta desses detalhes.”

A pneumonia que acometeu o advogado começou com uma simples gripe e por isso, Depizzol faz um alerta: “Vacinem-se! Eu sempre me vacinei, mas justo ano passado não recebi a dose e aconteceu tudo isso. É uma vacina simples, então não deixe de se proteger.”

O trabalho de casa

Outro assunto conversado no programa com o advogado também foi a questão do home office, já que com o fim (teoricamente) da pandemia da Covid-19, muitas empresas ainda sentem dificuldade com o retorno de alguns funcionários para o presencial. Já outras, se adaptaram tão bem, que não pretendem mais ter os colaboradores em suas sedes.

De acordo com Depizzol, a nossa lei trabalhista possui algumas pegadinhas que precisam ter atenção principalmente do empregador. “Na lei, ao passar para o home oficce é preciso fazer um aditivo ao contrato, ou seja, é necessário o consenso entre o empregador e o empregado. Já o retorno ao presencial, uma parte da lei diz que não é necessário o consenso, que basta a empresa comunicar e dar um aviso prévio para este retorno. Já em outro momento, a lei diz que é preciso outro aditivo no contrato sobre este retorno, então no caso, precisaria da assinatura do empregado, mas ele não é obrigado a assinar. Ou seja, são essas pegadinhas que é preciso estar atento”, explicou ele.

Outro detalhe que o empregador precisar cuidar é em relação à saúde e ao acidente de trabalho enquanto o colaborador estiver de home office. Segundo o advogado, é bom que a empresa dê orientações em relação ao tempo que a pessoa pode ficar sentada e aos horários de intervalo. Outro ponto é sobre a carga horária e jornada de trabalho. “Anteriormente, a lei dizia que não havia controle de jornada de trabalho no home office, mas houve algumas modificações e hoje depende da função. Alguma têm e outras não. Os que trabalham por produção ou por tarefa, por exemplo, não teria o controle por parte da empresa.”

Também é responsabilidade da organização continuar fornecendo o vale alimentação enquanto o funcionário estiver trabalhando de casa.

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