São Leopoldo teve 377 casos de lesão corporal contra mulheres em 2024

24 de março de 2025 - 11:32
Por Isabella Belli

Conforme os indicadores da Violência Contra a Mulher – Lei Maria da Penha, divulgados pela Secretaria Estadual da Segurança Pública, São Leopoldo registrou ano passado, 377 lesões corporais contra mulheres, 544 ameaças, 37 estupros e quatro feminicidios.

Números assustadores que desde a década de 90 vêm sendo confrontados pelas Promotoras Legais, um grupo de mulheres voluntárias que lutam contra a violência feminina no município. E nesta segunda-feira (24), duas dessas promotoras estiveram no programa Berlinda News Entrevista para falar sobre este trabalho.

Sirlei Machado e Tânia Silveira estão há mais de duas décadas servindo como promotoras legais completando o grupo de 300 mulheres que realizam este trabalho voluntário em São Leopoldo.

“Fazemos um trabalho de escuta e acolhimento, mas também trabalhamos a prevenção com as vítimas de violência doméstica e os direitos que elas têm, até porque, a maioria tem filhos”, contaram que indicaram que a cidade é considerada a quinta mais perigosa para as mulheres viverem de acordo com o Observatório Nacional da Violência.

A informação pode salvar

De acordo com elas, a forma mais eficaz de reduzir esses números, é começando a tratar o assunto desde cedo, com as crianças e os jovens. “É na família, é na universidade, é na adolescência que isso pode começar a melhorar. Nosso foco são as mulheres, pegamos esta linha de frente e é nosso ponto de defesa e trabalho, e a criança é um ótimo vetor, trabalhar na base isso já vai trazer uma melhoria em médio prazo”, explicou Sirlei que pontuou também o trabalho que deve ser feito com os meninos, futuros homens na sociedade. “É constrangedor saber como o homem não se movimenta para mudar esta realidade e ser mulher é e sempre foi desafiador.”

Atualmente, em função dos auxílios financeiros disponibilizados pelos governos estadual e federal, muitas mulheres se sentem mais encorajadas a denunciar o agressor, já que não existe a dependência financeira. “Elas se sentem mais encorajadas, mais amparadas para denunciar”, contou Tânia que pontuou que mesmo assim, muitos casos ainda são desconhecidos em função do medo. Pensando nisso e com o objetivo de cada vez mais ajudar essas mulheres vítimas de vários tipos de violência que começou na última quarta-feira (19) um curso para formar em julho novas promotoras legais na cidade.

Até o momento, 22 mulheres já se inscreveram, mas ainda tem vagas abertas. São 100 horas/aula e no cronograma estão disciplinas como Direito, Justiça e Legislação; Raça e Etnia; Políticas Públicas para Mulheres; e Direitos Sexuais e Reprodutivos.

As aulas estão ocorrendo no Sindicato dos Garçons, no bairro Rio Branco.

Violência psicológica: o silêncio que pode matar

Segundo as promotoras, a violência psicológica é a mais difícil de identificar e por isso, pode ser a mais perigosa, já que muitas vezes precede a agressão ou até mesmo, o feminicidio. “A violência psicológica é o controle, como por exemplo, proibir receber visitas, não poder ir a certos lugres, entre outras ações. Para se proteger disso, a informação é a melhor arma, porque muitas vezes essas atitudes machistas são naturalizadas, ou seja, é uma violência velada.”

OUÇA ABAIXA A ENTREVISTA COMPLETA

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