Uma criança de apenas 10 anos está passando por um pesadelo nos últimos dias em um dos lugares onde ela deveria se sentir segura, feliz e a vontade: a escola.
O aluno do 5º ano da EMEF Borges de Medeiros, de São Leopoldo, relatou à mãe, Raquel Moraes da Silva, estar sofrendo racismo de um colega.
“Dia 1o deste mês, meu filho chegou em casa chorando porque o colega, no transporte escolar, o chamou de preto vagabundo e ainda disse que é preto porque não toma banho. A primeira vez que fui à escola procurar ajuda, disseram que o que acontece no ônibus escolar não é da alçada deles. Sete dias depois, ele bateu no meu filho que chegou em casa com o pé machucado e com curativo. Fui novamente à escola e a vice diretora disse que não sabia sobre o ocorrido. Fui à Smed onde fiz uma ata e fui muito bem atendida. Relatei o ocorrido também ao Conselho Tutelar que entrou em contato via e-mail com a escola pedindo os dados dos pais do colega para notificá-los, mas uma semana depois o conselho não havia recebido uma resposta. Sábado, também fui à reunião da escola e a professora disse que não sabia do ocorrido. Ou seja, todos negam o que está acontecendo”, contou Raquel, moradora da Ocupação Justo.
Em documento emitido pela equipe da EMEF e assinado pela Raquel, a escola afirma que “se compromete em chamar a família do outro menino envolvido para conversar e dar as devidas orientações.” Ainda na nota, a vice diretora, Maria Teresa Hofmann Chesini, detalha que a mãe da vítima sugeriu que o tema racismo fosse tratado de maneira pedagógica com os alunos. “Eu e a supervisora relatamos que esta medida já está em nossa pauta.”
As agressões física e moral fizeram com que a criança não quisesse mais retornar para a escola. “Ele chora, só que ficar do meu lado e não quer mais estudar”, contou Raquel.
A equipe de jornalismo do Berlinda News já entrou em contato com a Smed e aguarda retorno. Entramos também em contato com a direção da escola, mas a diretora estava em reunião e não pôde nos atender no momento.