Iniciou nesta terça-feira (18) a dragagem via terrestre do Rio dos Sinos. O início da obra está sendo realizado no trecho entre os fundos da antiga ferragem argamassa e o final da Rua da Praia. Máquinas já estão operando no local fazendo a retirada de sedimentos para que o leito do rio volte ao padrão normal.
Essa é a segunda etapa executiva do Projeto de Desassoreamento. A primeira fase, iniciada na semana passada, retirou a vegetação do canal extravasor no trecho considerado como “ponto crítico”. Além de ser fundamental para que o canal volte a se comunicar com o leito do rio, ela também possibilitou o acesso das máquinas as margens do Sinos para o início da nova etapa. “O que estamos fazendo é uma das ações municipais para recuperar e realizar a manutenção do nosso sistema de proteção contra cheias. Trata-se de um trabalho conjunto entre secretarias e entidades públicas. Enquanto estamos aqui realizando a obra de desassoreamento, o Semae, por exemplo, está trabalhando ativamente na casa de bombas e na Operação Controle de Alagamentos”, explicou a secretária do Meio Ambiente, Cláudia Costa.
O processo de dragagem consiste na remoção do excesso de sedimentos que vieram com a enchente e se alojaram no fundo do rio, devolvendo sua profundidade e evitando cheias. A quantia de material que será retirado segue as medições de batimetria inclusas no Projeto de Desassoreamento. Nesse primeiro momento, a retirada está sendo realizada de forma terrestre, mas com o avanço dos trabalhos, a operação deve se estender a barcos também. “Estamos limpando o leito do rio para facilitar o escoamento da água e impedir que ela suba tão rápido quando chove, permitindo que a população tenha mais tranquilidade nos dias chuvosos”, relatou o prefeito Heliomar Franco.
Os sedimentos que estão sendo removidos passarão por análise laboratorial para checar a possibilidade de uso. “Se não houver contaminação, o material poderá ser usado em obras públicas”, explicou o Diretor de Licenciamento da Secretaria do Meio Ambiente (Semmam), Fabiano de Mari. Conforme ele relatou, uma primeira amostra, do dia 26 de fevereiro, retirada antes do início dos trabalhos, já está sendo analisada. Uma segunda porção será enviada para estudo assim que os sedimentos removidos hoje passarem pelo processo de “cura”, ou seja, ficarem secos.
130 MIL METROS CÚBICOS
O geólogo e diretor do controle das cheias de São Leopoldo, Antônio Geske, estima que 130 mil metros cúbicos de sedimentos e vegetações devem ser retirados das duas margens do Rio dos Sinos nesta etapa de desassoreamento iniciada ontem pelo governo municipal de São Leopoldo.
O canal tem 800 metros por 40 de largura. Vai da Ponte da Hillebrand até depois da ponte da BR-116 onde encontra o rio novamente.
Após terminar essa etapa o serviço se concentra no trecho crítico, que conforme Geske é da Ponte 25 de Julho até a ponte Férrea. “Ali são em torno de 500 metros, porém há sedimentos consolidados. Então temos que aguardar para ver como será a limpeza”, projeta o geólogo.
O projeto está sendo financiado com recursos próprios do município, e a execução da obra está a cargo da Construsinos.