A Turma do Sopão, ONG do bairro Vicentina, em São Leopoldo, que existe há 35 anos, segue precisando de ajuda mesmo após um ano da trágica enchente de maio de 2024.
A associação que distribui café da manhã e almoço para cerca de 50 pessoas da comunidade, diariamente, e que atende 120 crianças na escola de educação infantil, foi uma das primeiras a ser atingida pelas águas já que está localizada em frente a Casa de Bombas do arroio João Corrêa.
“Ficamos mesmo em baixo d’água. E aqui também foi o último lugar da cidade em que a água escoou. Levamos três meses para conseguir limpar o prédio e iniciar a reconstrução”, contou Juliana Duarte, diretora da escola da ONG.
Apesar de já ter retomado o atendimento e de estar praticamente renovada, ainda existe muito o que se fazer no local. A horta doada pela prefeitura, por exemplo, foi destruída pelas água e ainda está inacessível.
“As crianças plantavam verduras e ervas na horta e usávamos tanto para a merenda delas como nas refeições doadas para a comunidade. Só que ainda não conseguimos reconstruir a horta, precisamos de apoio na mão de obra”, ressaltou Juliana que salientou também que outros tipos de doações são bem-vindos. “Temos o brique e o brechó onde vendemos as peças a preço simbólico ou doamos para as pessoas da comunidade. Por isso, quem quiser doar algum móvel, objeto, peça de roupa ou calçado é só nos chamar que buscamos no local.”
O telefone para contato é 3566-7917.
Reerguendo aos poucos
Além da horta, a casa da Turma do Sopão ainda tem algumas paredes para rebocar e também precisa trocar o forro do teto.
“Ainda estamos em processo de restauração. Tivemos salas que caíram e tivemos que reerguer. A Turma do Sopão é uma ONG bem reconhecida e recebemos muito material para reformar, principalmente de empresários de todo o Estado, mas ainda precisamos de ajuda”, afirmou o presidente da ONG, Hélio Pereira que destacou que na época dos alagamentos, as doações aumentaram, assim como o número de pessoas que precisava, também. “Tivemos um aumento de 50% na busca por refeições e isso ainda não reduziu porque muitas pessoas ainda não conseguiram refazer suas vidas. Muita gente ainda está sem fogão ou não consegue comprar um botijão de gás.”
Cuidando da comunidade
Uma sala de atendimento pediátrico que havia na casa da ONG e que foi montada por uma médica voluntária, ainda não foi reaberta por falta de material. Essa é uma das prioridades da Turma do Sopão neste momento, junto com a construção de um refeitório para as pessoas que buscam o café da manhã e o almoço.
“Agora vai começar o inverno e este ano a previsão é de que será bem rigoroso, por isso planejamos a construção de um refeitório para que as pessoas em situação de vulnerabilidade possam fazer as refeições de forma tranquila e digna, protegidas do frio e da chuva. Espaço nós temos, precisamos de material de construção e mão de obra”, explicou Juliana.
Outra demanda é em relação às aulas de música que aconteciam na escola e eram ministradas por um professor voluntário. De acordo com a diretora, ele também foi muito prejudicado pelos alagamentos e em função disso não conseguiu retomar as aulas e nem tem previsão. “Por isso, se algum professor de música quiser ajuda, aceitamos o apoio.”
A Turma do Sopão fica aberta das 7h30 às 17h30, já o café da manhã é distribuído até as 9 horas e o almoço a partir das 11h30.
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