Casos de esporotricose em gatos preocupam São Leopoldo

12 de março de 2025 - 19:22

São Leopoldo enfrenta um aumento significativo de casos de esporotricose, uma zoonose que afeta gatos e pode ser transmitida aos humanos. O secretário de Proteção Animal, Cláudio Giacomini, alertou sobre o problema causada por um fungo presente no solo e em madeiras, tem se proliferado após as enchentes e já foi registrada em gatos na maioria dos bairros da cidade.

A esporotricose é altamente contagiosa entre gatos e humanos, sendo transmitida principalmente por meio de feridas ou contato com o fungo. Gatos que têm acesso à rua estão mais vulneráveis, pois podem se contaminar em brigas com outros animais ou ao se esfregarem em árvores e superfícies infectadas. O tratamento é longo, podendo durar de três a quatro meses, e caro, com custo aproximado de R$ 2.800 para 1.800 cápsulas de itraconazol, medicamento essencial para o combate à doença de em torno de 180 gatos ao mês. O SUS fornece a medicação para tratamento de humanos, porém não há fornecimento de recursos para tratamento dos animais.

Dados apresentados por protetoras de animais e pela equipe da Secretaria Municipal de Proteção Animal (Sempa) mostram que os casos de esporotricose têm crescido exponencialmente no Rio Grande do Sul. Em 2020, foram registrados 9 casos; em 2021, 85; em 2022, 209; e em 2023, o número saltou para 625. Em São Leopoldo, bairros como Arroio da Manteiga, Scharlau, Campina, São Miguel, Centro, Pinheiro, Feitoria e Vicentina já registraram casos confirmados da doença em felinos.

Desafios e soluções propostas

Um dos principais desafios é a subnotificação de casos, tanto em animais quanto em humanos, além da falta de infraestrutura e recursos para o tratamento em larga escala. A protetora Gisele Schuler e a funcionária da Sempa Gabriela Ávila apresentaram um projeto ao Executivo municipal que propõe a criação de um local específico para o tratamento e isolamento dos gatos infectados, além de auxílio veterinário e aquisição de medicamentos pelo poder público.

O projeto também prevê campanhas de arrecadação de insumos, castração em massa e a implementação de um protocolo de adoção responsável, visando reduzir o número de gatos abandonados e com acesso à rua. “Com esse projeto, se conseguirmos implementar, com certeza vamos pelo menos minimizar esta situação”, afirmou Giacomini.

Riscos à saúde pública

A esporotricose representa um problema de saúde pública, especialmente para quem trabalha diretamente com o solo ou madeiras, além de protetores de animais e tutores de gatos. A doença pode ser fatal se não tratada adequadamente, tanto para os animais quanto para os humanos.

A Prefeitura de São Leopoldo reforça a importância de a população ficar atenta aos sintomas da doença, que incluem feridas na pele, nódulos e lesões que não cicatrizam. Em caso de suspeita, é fundamental buscar atendimento veterinário ou médico imediatamente.

Enquanto a estrutura necessária para o tratamento em larga escala ainda não está disponível, a administração municipal trabalha em parceria com protetores independentes para conter a disseminação da doença e garantir o bem-estar dos animais e da população.

Confira os bairros com casos confirmados:

• Arroio da Manteiga

• Scharlau

• Campina

• São Miguel

• Centro

• São José

• Pinheiro

• Feitoria

• Morro do Espelho

• Jardim América

• Vicentina

• Fião

• Santa Tereza

• Chácara dos Leões

• Campestre

• Duque de Caxias

• Rio dos Sinos

• Santos Dumont

• Santo André

A Prefeitura reforça que áreas como Cristo Rei e Rio Branco ainda não registraram casos, mas a vigilância deve ser mantida em toda a cidade.

Como ajudar:

A população pode contribuir com doações de medicamentos, insumos ou trabalho voluntário. Mais informações podem ser obtidas diretamente na Secretaria de Proteção Animal de São Leopoldo.

Sintomas da esporotricose em gatos:

• Feridas na pele que não cicatrizam

• Nódulos ou caroços

• Perda de apetite

• Apatia

Em caso de suspeita, evite contato direto com o animal e procure um veterinário.

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