800 refeições por dia. Isso é o que as 417 crianças de 3 a 18 anos atendidas pela Associação Meninos e Meninas de Progresso (AMMEP) consomem diariamente, graças ao trabalho que vem sendo feito há 25 anos e que foi detalhado nesta terça-feira (11) pelo fundador e vereador Fábio Bernardo (PT) e pela coordenadora da associação, Fabiane Bernardo que participaram do programa Berlinda News.
“Atualmente atendemos direta e indiretamente 1.500 pessoas e nosso maior desafio hoje é como atender essas famílias garantindo um prato digno de refeição para elas”, ressaltou Fabiane que explicou que durante as enchentes de maio de 2024, as famílias receberam muitas doações que agora estão escassas.
25 anos de muito trabalho
A AMMEP está completando 25 anos e para homenagear a associação, no dia 17, às 19 horas, ocorrerá uma sessão solene na Câmara de Vereadores de São Leopoldo. E o momento é mesmo para comemorar. Afinal, durante essas mais de duas décadas, já passaram pela associação cerca de 10 mil crianças e adolescentes.
“A sessão solene será o reconhecimento pelo trabalho prestado por esta instituição que nasceu junto com o Padre Orestes em 2000. Depois ele veio a falecer em 2002 e em 2004 fundamos a AMMEP. Por isso, dizemos que tem dois aniversários”, contou Fábio que ressaltou a importância do esforço feito pela associação. “Nós tínhamos um número muito grande de crianças e adolescentes em situação de rua em São Leopoldo entre as décadas de 80 e 90. Só entre as Ruas Independência, Marquês do Herval e Primeiro de Março, tínhamos em torno de 125 crianças, conforme uma pesquisa feita pelo Proame em 1999. Por falta de políticas públicas direcionadas até os anos 2000, a sociedade civil foi assumindo um papel que o Estado não assumia.”
Para Fábio, que já ocupou os cargos de conselheiro tutelar e de secretário municipal de Assistência Social, foi preciso muita coragem para criar a AMMEP e seguir ajudando tantas crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social. “Foi preciso muita coragem para criar a Ammep e depois precisamos de mais coragem após o falecimento de Padre Orestes para continuar com o trabalho dele.”
Homens e mulheres em situação de rua
Todo esse esforço para retirar os jovens das ruas e mantê-los longe, fez com que Fábio Bernardo ganhasse experiência em desenvolver técnicas de aproximação e principalmente, vínculos e é essa experiência que faz com que ele analise a forma como adultos em situação de rua estão sendo tratados na cidade. “Eu questiono a situação de pessoas adultas nas ruas também, porque não é com represália. É com ação, com serviços sendo prestados e com acolhimento que a gente fará a mudança para que daqui há dez anos tenhamos outra situação. São Leopoldo não é uma ilha. São Leopoldo precisa pensar como região metropolitana.”
Todas as frentes
O resultado de 25 anos de trabalho pode ser visto nas pequenas e grande empresas da região, onde crianças e jovens que antes foram acolhidos pela AMMEP, hoje trabalham ou realizam estágios.
De acordo com Fabiane, é possível encontrar essas pessoas em empresas do Tecnosinos, na Stihl, no Macromix, no Economix ou até mesmo no comércio local.
Diversão
Além de trabalhar com o contra turno escolar e também como escola de educação infantil, a AMMEP se preocupa também com o período de férias. Atualmente, a associação possui oito piscinas para a diversão da criançada. “Tínhamos muitos casos de afogamentos no Rio dos Sinos no verão porque as crianças não tinham outro lugar para se refrescarem”, explicaram o fundador e a coordenadora da associação.
Outro jeito encontrado foi levar a galera aos parque aquáticos da região. Este ano, por exemplo, foram investidos R$ 210 mil em alimentação, transporte, protetor solar e outros itens necessários para que as crianças pudessem aproveitar de forma segura os dias de calor.
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