Morreu no início da noite desta sexta-feira (7), Ídio Goehl, aos 83 anos. Eles estava internado no Hospital de Novo Hamburgo com pneumonia. Lutava contra a doença desde da época da Covid. Mas neste texto não quero falar da morte e sim da vida.
Tive os primeiros contatos com o senhor Ídio Goehl ano passado. Conhecia ele da Confraria do Internacional, mesmo eu sendo gremista. Mas nunca havíamos conversado. Aí um dia o Sandro Cassel, da Bucadisantoantonio, me convidou para participa da Confraria do Ídio. Achei que era do Índio, do Aimoré. Enfim, aceitei. Chego na Buca e o Sandro diz que a Confraria era do Ídio e não do Índio. Pensa em senhor gentil. De cara me recebeu e fomos brindar.
Ídio era o presidente. Mesmo com seus 83 anos era uns dos primeiros a chegar e um dos últimos a sair. Sempre rindo, com a voz doce.
Um dia, em mais uma confraria, sentamos na rua. Aí bateu o frio nele. Olhou para mim e disse: “Tá frio na Palinha”. Eu respondi: “Tenho um casaco no carro, posso pegar para o senhor”. Ele aceitou.
Fui no carro e peguei uma jaqueta jeans. Serviu direitinho nele. Ele com seu suspensório. Falei: “ficou bem no senhor”.
Fui embora e o seu Ídio ficou, afinal era o presidente e era um dos últimos a sair.
No outro dia me ligou. “Palinha, estou com tua jaqueta, me ajudou muito. Quer que entregue onde?”.
Disse para ele que pegava outro dia. Ele insistiu: “Faço questão de levar na sua casa”.
Ai perguntei onde morava. Ele disse que nos redondos, na São Joaquim. “Pego ai!”.
Ele: “Então vou deixar na portaria”.
Na correria diária da Berlinda não fui naquele dia. Nem no outro. E nem no outro. Ele me ligou. “Palinha, a jaqueta segue na portaria!”.
Aí fui lá pegar, mas antes disse: “Senão viesse ficaria para mim, porque fiquei TÃO JOVEM”.
Vai em paz seu Ídio.
Ìdio deixa a filha Luciane Goehl Fonseca Pinto, genro Luiz Mário Fonseca Pinto, filho Daniel e dois netos.