Agentes da Delegacia de Polícia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (DRACO) São Leopoldo, chefiada pelo delegado Ayrton Figueiredo Martins Júnior, estão nas ruas cumprindo sete mandados de busca e apreensão e oito de prisão temporária relativo a Operação Fictus Puella1 (latim: “Garota Falsa”), que visa desarticular uma organização criminosa especializada em extorsões digitais, conhecidas como “sextorsão”, com resultado morte e envolvimento em lavagem de dinheiro.
A operação conta com polícias civis de São Leopoldo e outros município, agentes de São Paulo e Santa Catarina. Ainda há apoio do Ministério da Justiça e Segurança Pública.
Conforme o delegado Ayrton, todas as prisões foram efetuadas. As prisões foram em Montenegro, Novo Hamburgo, São Leopoldo, Sapiranga, Taquara e dois em Sapucaia do Sul.
A operação faz parte de um esforço conjunto coordenado pela Diretoria de Operações Integradas e de Inteligência (DIOPI/SENASP/MJSP), por meio do Laboratório de Operações Cibernéticas – CIBERLAB, e contou com uma atuação integrada das Polícia Civis de São Paulo, Rio Grande do Sul e Santa Catarina. As investigações foram conduzidas de forma articulada entre os estados, permitindo a identificação dos suspeitos e suas conexões interestaduais.
As investigações iniciadas pela Polícia Civil de São Paulo apontam que a organização criminosa operava por meio de plataformas de mensageria e redes sociais, onde criavam perfis falsos de mulheres atraentes para atrair as vítimas, obter imagens íntimas e, posteriormente, iniciar a extorsão. Os criminosos se passavam por policiais e advogados para intimidar as vítimas, exigindo transferências bancárias sob ameaça de exposição pública e falsa incriminação. No caso sob investigação, a extorsão resultou no suicídio da vítima.
Este caso que originou a investigação ocorreu em Cruzeiro/SP, onde um vigilante bancário, vítima do esquema criminoso, tirou a própria vida dentro da agência em que trabalhava, após sofrer intensa pressão psicológica dos criminosos. A vítima, um homem de 52 anos, havia sido enganada por um perfil falso e posteriormente extorquida por supostos agentes da lei, que exigiram valores em troca de não divulgarem o conteúdo íntimo. Minutos antes de cometer suicídio, ele realizou uma transferência bancária para os criminosos, evidenciando o impacto devastador desse tipo de crime.
Os valores obtidos ilicitamente foram distribuídos entre integrantes do grupo e ocultados por meio de lavagem de dinheiro, dificultando o rastreamento das transações financeiras.
A ação ocorre em Sapucaia do Sul, Novo Hamburgo, Taquara, Criciúma, Itajaí, Joinville, Campinas e São José dos Campos em São Paulo.
Computadores, celulares e outros dispositivos eletrônicos foram apreendidos para análise pericial.
Os investigados responderão pelos crimes de extorsão qualificada pelo resultado morte (art. 158, § 2º, do Código Penal), associação criminosa (art. 288, CP) e lavagem de dinheiro (Lei nº 9.613/98), cujas penas podem ultrapassar 20 anos de reclusão.
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