Diretoras apostam no diálogo para aplicar nova lei que proíbe uso de celular nas escolas
7 de fevereiro de 2025 - 14:56
Foto: Juliano Palinha
Por Larissa Brito
Com o início do ano letivo, entra em vigor a Lei 15.100/25, que proíbe o uso de celulares e outros dispositivos eletrônicos portáteis em escolas públicas e particulares, abrangendo desde a educação infantil até o ensino médio. A restrição vale não apenas durante as aulas, mas também no recreio e nos intervalos.
Para falar sobre os desafios dessa implementação, o programa Berlinda News Entrevista recebeu nesta sexta-feira (7) Juliana Garbin, diretora da EMEF João Goulart, e Carmen Trentini, diretora da EMEF Irmão Weibert.
Segundo Juliana, a mudança já era esperada pelas equipes diretivas. “Recebemos instruções da mantenedora, pois nos dias 17, 18 e 19 de fevereiro teremos formação com os professores antes do retorno dos alunos. Já estávamos nos preparando, pois sabemos que será um grande desafio. É difícil, mas não impossível. O que é contraditório é que, durante a pandemia, fiz campanha para que meus alunos tivessem celular para acompanhar as aulas, e agora precisamos restringir esse uso.”
Carmen ressaltou que muitos estudantes retornaram ao ambiente escolar com sinais de dependência dos dispositivos eletrônicos. “Percebemos claramente que, depois da pandemia, os alunos voltaram muito mais dependentes do celular. Esse foi um divisor de águas para nós, pois entendemos que isso pode ser prejudicial. Já vínhamos discutindo a questão com os professores e agora, com o material orientativo da Secretaria de Educação, vamos dialogar com toda a comunidade escolar para encontrar a melhor forma de aplicar a nova regra.”
Ela também enfatizou que as escolas contam com recursos tecnológicos suficientes para que os estudantes realizem suas atividades sem a necessidade do celular. “Todas as escolas municipais de São Leopoldo estão bem equipadas. Temos telas interativas em todas as salas de aula, carrinhos de Chromebooks e laboratórios de informática. A tecnologia continuará sendo usada como ferramenta pedagógica, mas de forma controlada.”
Juliana reforçou que o grande desafio será a forma de implementação. “Agora, o que cabe a nós é definir como aplicar essa mudança. Não há como fugir do debate, da construção coletiva, da conversa com os alunos e suas famílias. Precisamos apresentar os estudos sobre os impactos do uso excessivo de telas na saúde mental e estabelecer regras de convivência claras.”
A aplicação da nova legislação exigirá um trabalho contínuo de adaptação e conscientização dentro das escolas, com o objetivo de garantir um ambiente mais focado na aprendizagem e no desenvolvimento dos estudantes.