Corpo de homem morto há três meses será exumado em investigação sobre bolo envenenado em Torres

6 de janeiro de 2025 - 10:50
Por Larissa Brito

A Polícia Civil informou, nesta segunda-feira (6), em coletiva de imprensa, que o corpo de um homem, falecido há três meses com diagnóstico de intoxicação alimentar, será exumado. Ele era sogro da mulher presa sob suspeita de envenenar o bolo que causou a morte de três pessoas em Torres. A medida busca esclarecer se a morte do homem está ligada ao uso de arsênico, substância identificada no bolo consumido pelas vítimas.

Relação com o caso do bolo

O bolo foi preparado por Zeli dos Anjos, de 60 anos, que desconhecia que a farinha utilizada estava contaminada. Segundo a investigação, a farinha foi envenenada intencionalmente, e a principal suspeita é a nora de Zeli, que está presa preventivamente desde o domingo (5).

“Desde o início, a morte do marido de Zeli, ocorrida três meses antes, nos chamou a atenção. Solicitamos a exumação do corpo, e acreditamos que essa análise poderá trazer respostas sobre possíveis ligações entre os casos. Há evidências de que ele também possa ter sido envenenado”, afirmou a delegada Sabrina Deffente, diretora da 23ª Delegacia de Polícia Regional de Capão da Canoa (23ªDPRI).

Arsênio em níveis alarmantes

As investigações avançaram com a confirmação de concentrações altíssimas de arsênio em amostras de sangue, urina e conteúdo estomacal das três vítimas fatais. A diretora-geral do Instituto-Geral de Perícias (IGP), Marguet Mittmann, destacou que a contaminação do bolo foi intencional e não natural.

“Foram analisadas 89 amostras, e uma delas, a farinha utilizada no bolo, apresentou uma concentração de arsênio de 65 gramas por quilograma. Isso é 2.700 vezes maior que os níveis detectados no bolo consumido, o que comprova que o produto foi adulterado de forma criminosa”, explicou Mittmann.

Avanço no inquérito

O inquérito conta com provas robustas, e a prisão temporária da suspeita tem prazo inicial de 30 dias, podendo ser prorrogada.

O delegado Marcos Veloso, titular da DP de Torres, ressaltou que, embora a família tivesse uma convivência aparentemente harmoniosa, pequenos conflitos antigos despertaram atenção durante a apuração.

“Identificamos que essas divergências, embora parecessem irrelevantes, levaram a atos extremos. As evidências indicam que a nora de Zeli foi a responsável por esse crime”, concluiu Veloso.

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