Segundo Fábio Simplício, presidente da Associação de Moradores da Ocupação Justo, a comunidade busca condições dignas de vida. “Esse problema já acontece há muito tempo, e com o calor piora. Só na última semana, tivemos quedas de energia todos os dias à noite, o que resultou em queima de equipamentos. Não queremos nada de graça, queremos pagar pelo serviço, mas com dignidade. Além disso, sofremos com a falta de água, que impacta ainda mais nosso dia a dia. Precisamos de um compromisso da Prefeitura para resolver isso.”
A moradora Keli, que trabalha vendendo salgados, destacou os impactos financeiros e o desconforto causado pelos problemas. “Estamos perdendo toda a produção por causa da falta de luz. Não sabemos quando a energia volta, e isso traz prejuízo para quem trabalha. A falta de água também é uma dificuldade enorme. É algo que afeta tudo: desde a nossa rotina até a saúde, com o risco de doenças como a dengue. A gente precisa de uma solução urgente.”
Prefeitura busca mediação do Ministério Público
Em resposta às reivindicações, Spolaor explicou que o problema envolve entraves na regularização da área, que é privada. Ele afirmou que o município está comprometido em intervir junto ao Ministério Público para buscar uma solução mais rápida.
“Temos sensibilidade com a situação e estamos trabalhando junto às lideranças para buscar alternativas. Já apresentamos um projeto de R$ 140 milhões ao governo federal dentro do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) e estamos em diálogo com a Caixa Econômica Federal, que será responsável pelo laudo de avaliação do terreno. No entanto, a urgência dos problemas de energia elétrica e abastecimento de água nos leva a procurar o Ministério Público para buscar autorização que antecipe a instalação de infraestrutura básica na área.”
Spolaor reforçou que a Prefeitura já realizou diversas reuniões com o MP e está comprometida em encontrar uma solução que atenda às necessidades imediatas dos moradores, sem perder de vista a regularização da ocupação.O caso segue aguardando uma posição oficial do Ministério Público e o laudo técnico da Caixa Econômica Federal para os próximos passos.
A reportagem também entrou em contato com o Ministério Público, com a RGE e com o Semae. Até o momento da publicação deste texto, os orgãos não haviam enviado seus posicionamentos. Publicaremos assim que obtivermos as respostas.