A Cooperativa Popular Cultural (Coopercultura), liderada pelo diretor-presidente José Leopoldo da Rosa, é um exemplo de como a arte pode transformar comunidades. Fundada oficialmente em 2010, a iniciativa nasceu como uma simples oficina de música na Associação de Moradores da Paim e, ao longo dos anos, evoluiu para uma orquestra, até se consolidar como uma cooperativa.
“A ideia inicial era apenas ensinar música. No final da primeira oficina, fizemos uma apresentação como orquestra de flauta no teatro. Hoje, metade dos estudantes daquela época se tornaram professores, seja de música ou em outras áreas”, conta José Leopoldo.
Cooperativa com propósito social e artístico
A Coopercultura opera com base em três pilares: ensinar arte — com foco em música, dança e teatro; produzir espetáculos; e, futuramente, profissionalizar os jovens envolvidos. “Ainda não alcançamos totalmente esse objetivo de profissionalização, mas estamos no caminho”, afirma o diretor.
A participação nas atividades é gratuita para crianças da comunidade. As famílias podem inscrevê-las diretamente na cooperativa. Além disso, um grupo de associados contribui com uma mensalidade simbólica de R$ 50, destinada à manutenção das iniciativas.
Agenda cultural diversificada
A Coopercultura oferece uma programação variada, incluindo:
- Orquestra de Flauta: Ensaios aos sábados pela manhã.
- Oficina de Violão: Sábados à tarde, para jovens e adultos.
- Oficina de Dança: Às terças à noite.
- Oficina de Culinária para Mulheres: Às terças e quintas, promovida pela Fundação Luterana de Diaconia.
Os projetos relacionados à flauta contam com apoio do Fundo Social do Sicredi.
Democratização da arte: das ruas aos palcos
A Coopercultura também rompe as barreiras tradicionais de acesso à cultura, levando a arte para espaços públicos. “Começamos a debater como a cultura está presa em casas de espetáculo e teatros. Decidimos levar música para a passarela ao lado da estação do trem, e depois para a esquina das ruas Osvaldo Aranha e Independência”, relembra José Leopoldo.
Entre 54 apresentações independentes e 6 apoiadas pelo Sicredi, o projeto atingiu um total de 60 performances no local. Recentemente, com recursos da Lei Paulo Gustavo, foram iniciadas mais 12 apresentações na Padaria Doce Tentação, na Independência.
O ciclo atual de apresentações, chamado de Esquina Cultural, encerra-se no dia 21 de novembro com uma performance especial da orquestra.