Um mês após tiroteio em Novo Hamburgo, mãe e cunhada de atirador seguem hospitalizadas

22 de novembro de 2024 - 15:46

tiroteio em Novo Hamburgo que deixou cinco pessoas mortas e outras oito feridas completou um mês. A ocorrência teve início na noite de 22 de outubro, chegando ao fim após cerca de 10 horas de atendimento. Duas pessoas permanecem hospitalizadas, sendo a mãe e a cunhada do atirador Edson Fernando Crippa, 45 anos, que foi um dos mortos.

Desde a data do ocorrido, Cléris Crippa, de 71 anos, está na UTI do Hospital Centenário, em São Leopoldo. O quadro de saúde da idosa é considerado grave, porem estável. Ela foi atingida por seis disparos.

Também em São Leopoldo está Priscila Martins, 41 anos. Ela permanece internada no Hospital da Unimed, onde se recupera, sem risco de morrer.

Os outros três feridos, o soldado João Paulo Farias Oliveira, a sargento Joseane Muller, e o guarda municipal Volmir de Souza, já receberam alta. Nenhum deles retornou ao trabalho.

Relembre o caso

O ataque foi registrado no bairro Ouro Branco, em Novo Hamburgo, no Vale do Sinos. De acordo com a Brigada Militar, inicialmente, uma guarnição foi acionada para atender a um chamado sobre desentendimento familiar, na rua Adolfo Jaeger.

O relato dava conta que Eugênio Crippa, de 74 anos, ligou para o 190 informando que o filho o impedia de sair de casa e também o havia agredido. Próximo às 22h40min, a primeira guarnição chegou ao local e entrou no imóvel, onde encontrou o idoso e a esposa. Também estavam ali um dos filhos do casal, Everton Luciano, de 49 anos, e a companheira dele.

Ainda de acordo com a BM, em meio ao atendimento da ocorrência, o outro filho do casal, alvo da denúncia, surgiu de forma abrupta e abriu fogo contra policiais e familiares. Ele foi identificado como o motorista de caminhão Edson Fernando Crippa, de 45 anos.

O Batalhão de Operações Especiais (Bope) foi acionado às 23h25min, chegando ao local às 0h17min. O atirador derrubou dois drones da corporação que sobrevoavam a casa.

A ocorrência foi encerrada por volta das 8h30min, quando um terceiro drone adentrou na casa e localizou o corpo do suspeito, alvejado no tiroteio.

O criminoso matou o próprio pai e o irmão. Os soldados Rodrigo Weber Volz e Everton Kirsch Júnior, ambos de 31 anos, também perderam a vida no atendimento da ocorrência.

Atirador era esquizofrênico

A Polícia Federal recomendou uma apuração dos laudos que atestaram a capacidade de Edson Fernando Crippa para ter armas. A sugestão foi enviada ao Conselho Regional de Psicologia, que poderá averiguar eventual responsabilidade de quem aprovou o exame psicotécnico do atirador. Ele tinha esquizofrenia.

O pedido foi realizado pela Delegacia de Controle de Armas e Produtos Químicos (Deleaq). A recomendação é que o Conselho de Psicologia instaure um procedimento administrativo e preserve os testes que foram aplicados no criminoso. Caso a medida apontar que houve falha do profissional responsável, ele pode ser descredenciado.

Conforme a apuração da Polícia Civil, ambos Edson e o pai Eugênio, morto por ele aos 74 anos, sofriam de esquizofrenia. O idoso tratava o transtorno com medicamentos, o atirador não.

A investigação apontou que Edson Crippa tinha permissão para ter armas desde 2007, sendo que a primeira internação dele em uma clínica psiquiátrica ocorreu no ano seguinte. Ele chegou a somar quatro internações em 16 anos mas, apesar disso, teve a autorização renovada em 2018 e 2020.

Quando morreu em confronto com o Batalhão de Operações Especiais (Bope), Crippa tinha ativo o registro de CAC (Colecionador, Atirador Desportivo e Caçador). Ele também havia completado diversos cursos de atirador, conforme a irmã dele informou aos policiais.

Uma das explicações para o arsenal é que o criminoso chegou a trabalhar como motorista de cargas especiais, o que inclui transporte de itens de valor e materiais de risco. A profissão garante condições para porte e posse de armas, entretanto, ele estava desempregado e morava na casa dos pais há cerca de dois anos.

O que ainda não se sabe é como Edson Crippa conseguiu manter e renovar o registro das armas com diagnóstico de esquizofrenia e quatro internações.

Por Correio do Povo

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