A quatro dias da eleição municipal, domingo (6), o Política Capilé desta quarta-feira (2) formou uma bancada especial, o jornalista Adroaldo Diesel, o professor Fernando Henning, o empresário Sandro Cassel e o cientista político, o professor da Feevale Everton Rodrigo Santos. Na pauta, o que dá para fazer e consiga buscar votos na reta final, indecisos e a maior curiosidade de todos, números da pesquisa de opinião. É a pergunta de milhões, porém, fora do alcance de 99,9% dos moradores de São Leopoldo. Três pesquisas estão registradas no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) contratadas por duas candidaturas da cidade: Duas do Delegado Heliomar Franco e uma do candidato Nelson Spolaor, As poucas que sabem ou saberão, por exemplo, 1% dos moradores se resume ao candidato e três ou quatro pessoas próximas.
Para o professor e cientista político da Feevale, Everton Rodrigo Santos, “não existe na ciência política uma correlação direta que quem está na frente vai vencer. Os estudos não são conclusivos sobre isso porque se o melhor colocado divulgar a pesquisa pode provocar um fator negativo para si. Talvez algumas pessoas votem o contrário optando pelo segundo ou terceiro colocado”, observa.
As pesquisas de opinião funcionam?
“A pesquisa de opinião está para a ciência política assim como o exame de sangue está para o médico. É um método antigo, instrumento tecnológico que funciona quando feita dentro de uma amostragem com cálculos estatísticos feitos corretamente de acordo com a academia, mas todas as campanhas usam as pesquisas internas e externas. Se o candidato que está na frente acredita que divulgando o resultado ganhará a eleição, melhor pensar com calma porque não funciona dessa forma.
Consumo interno
“Pesquisa de opinião é fundamental como consumo interno, ou seja, para que as assessorias identifiquem o que precisa ser revisto, o que está dando certo, o que precisa acrescentar. Já o candidato ao ser questionado publicamente sobre pesquisa, a melhor saída é dizer que o mais importante é escutar a população e que a vibração que importa é da campanha e não da pesquisa, isso serve para o discurso público. Internamente é diferente. Mas é fundamental ter pesquisa quantitativa e qualitativa para a estratégia de campanha.”
Pesquisa de opinião quantitativa
“É a pesquisa feita por amostragem da população, por exemplo, de 400, 500, 700, mil pessoas. É o que vemos com institutos nacionais como a Quaest, Datafolha pro exemplo. São amostras generalizadas da população população. Quem duvida que mil pessoas vão representar a população de São Leopoldo, por exemplo, a explicação que uso é que não somos o ser singular, especial que ouvimos de nossos pais. Na verdade existe um clone nosso andando por aí, uma pessoa da direita que vota em pautas conservadoras e uma pessoas de esquerda que vota em pautas progressistas porque a humanidade é diversa.
Uma gota de sangue
“Não preciso tirar 5 a 6 litros de sangue do meu corpo para saber se estou com diabete, um pouco de sangue é suficiente, essa é a lógica da pesquisa quantitativa para mostrar a diversidade de São Leopoldo quando coloco homens e mulheres na amostra com faixas etárias diferentes e rendas diferentes, entre outros dados. Não preciso comer uma pizza inteira para saber se é boa ou não. Mas preciso saber se a amostra foi feita seguindo os trâmites científicos da academia. Isso é o que fazemos na Feevale.”
Pesquisa de opinião quantitativa
“Quando formaremos um grupo de 8 a 10 pessoas da comunidade e tratamos com profundidade uma série de assuntos por meio de perguntas: O que é ser um candidato conservador? O que é ser um candidato progressista? Isso que perguntaremos aos entrevistados para formar a imagem do candidato.”
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