A dragagem do Rio dos Sinos está prevista para iniciar em novembro, após a aprovação do licenciamento pela Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam). A Mineradora Gama foi autorizada a explorar a região como parte dos esforços para minimizar os riscos de cheias, que afetam São Leopoldo e municípios vizinhos.
De acordo com o Superintendente Geral de Urbanismo de São Leopoldo, João Henrique Dias, a dragagem é uma medida importante, mas isoladamente não é capaz de evitar grandes inundações. “É importante destacar que, mesmo com o rio desassoreado de Caraá até o Guaíba, o que aconteceu em maio não teria sido evitado. O volume de água em um curto espaço de tempo foi catastrófico”, afirmou.
Trecho de 1.200 metros será dragado
O geólogo e diretor do Controle de Cheias de São Leopoldo, Antonio Geske, explicou que o trecho que será dragado tem 1.200 metros de extensão. “A mineração deve começar entre o final de outubro e o início de novembro. O trabalho abrangerá o espaço que começa um pouco antes da ponte da BR-116 e segue até a curva do rio, em direção à João Corrêa”, informou.
Geske ainda destacou que o trecho mais crítico se estende da ponte férrea até a casa de bombas da Campina, que precisa estar sempre em condições de escoamento para garantir a segurança da população.
Na imagem abaixo é possível ver o trecho que será dragado, representado pelas linhas vermelhas.
Aumento dos diques
O sistema de contenção de cheias que protege São Leopoldo foi projetado com base na cheia histórica de 1941, conforme relatou Geske. “Sempre nos baseamos no maior evento registrado. A cheia de 1941 gerou uma série de estudos, mas as obras só começaram nos anos 70. Ainda há muito a ser feito, mas, por enquanto, os diques serão elevados em 50 centímetros.”
O Superintendente João Henrique Dias também destacou a necessidade de uma governança integrada da bacia do Rio dos Sinos. “Canoas anunciou recentemente o alteamento de diques, o que pode impactar negativamente São Leopoldo. A mesma situação ocorre com Novo Hamburgo. É essencial que haja um órgão que coordene a gestão da bacia como um todo, com base em pesquisas e estudos técnicos”, ressaltou. Até o momento, já foram reforçados os diques nos bairros São Miguel e Vicentina.