Morre Alain Delon, astro do cinema francês

18 de agosto de 2024 - 10:00

O ator francês Alain Delon morreu neste domingo (18), aos 88 anos. O anúncio foi feito pelos filhos do artista à imprensa francesa.

Considerado um ícone do cinema europeu e um dos maiores galãs do cinema mundial, Delon estava com a saúde debilitada desde 2019 por conta de um AVC. Segundo a nota, o ator morreu em paz, em casa, rodeado pela família.

“Alain Fabien, Anouchka, Anthony, assim como (seu cachorro) Loubo, têm a imensa tristeza de anunciar a partida de seu pai. Ele faleceu pacificamente em sua casa em Douchy, cercado por seus três filhos e sua família (…) A família pede gentilmente que sua privacidade seja respeitada neste momento extremamente doloroso de luto”, disse a família em comunicado à imprensa francesa.

Mundialmente conhecido por ter estrelado mais de 80 filmes em cinco décadas, Alan Delon nasceu em 8 de novembro de 1935 na pequena comuna de Sceaux, próxima a Paris. Ele passou seus anos formativos em meio às tensões da Segunda Guerra Mundial, quando a França foi ocupada pelo exército nazista, e aos 17 anos desistiu de ser aprendiz de açougueiro para se alistar na Marinha Francesa. Acabou enviado para a então Indochina — região colonial que englobava os atuais Vietnã, Laos e Camboja — para derrotar aqueles que lutavam por independência contra os imperialistas.

Dispensado dois anos depois, em 1955, passou um breve período entre trabalhos temporários até ser convidado por um amigo ator para o acompanhar no Festival de Cannes de 1957. Lá, a aparência distinta de Delon chamou atenção de um caçador de talentos do produtor americano David O. Selznick, que o prometeu um contrato na América caso aprendesse a falar inglês.

Aprender um novo idioma, no entanto, não foi necessário. No mesmo período, o charme de Delon também conquistou o diretor francês Yves Allégret, que o convenceu a permanecer na França e, naquele mesmo ano, o escalou como um jovem gângster em seu longa-metragem Quand la femme s’en mêle (1957).

Rumo ao estrelato

Daí em frente a ascensão de Delon foi meteórica, com seu primeiro papel de destaque já no ano seguinte, no romance Cristina, de Pierre Gaspard-Huit, seguido por O Sol por Testemunha (1960), de René Clément, uma adaptação de O Talentoso Ripley, que ganhou reconhecimento internacional. Foi inclusive com outra obra de Clément, Que Alegria de Viver! (1961), que Delon retornou a Cannes, desta vez pelo tapete vermelho do festival.

Os anos 1960 seguiram movimentados para o artista, cuja fama apenas aumentou com seus papéis nas películas do italiano Luchino Visconti Rocco e Seus Irmãos (1960) e O Leopardo (1963), este último vencedor da Palma de Ouro, consagrando o ator no mesmo local que havia sido “descoberto” apenas seis anos antes.

Após o AVC sofrido, Delon havia anunciado sua preferência pelo suicídio assistido, ou eutanásia, legalizado na Suíça, onde residia. “Tomei minha decisão há muito tempo, acho que minha vida tem sido linda, mas também muito difícil. Nunca gostei de envelhecer, todas essas dores e dificuldades que tenho que enfrentar diariamente me deixam imóvel diante de tudo”, justificou o ator em uma publicação em suas redes sociais no dia 19 de março de 2022.

Por GZH

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