Foi durante as brincadeiras no recreio de uma escola pública em São Leopoldo que Jorge Fanck descobriu sua paixão pelo esporte. Estudante da Escola Municipal Maria Gusmão de Britto, Fanck teve seu primeiro contato com o tênis de mesa, que mais tarde se tornaria sua profissão. Recém-chegado de Paris, onde liderou a seleção feminina brasileira na melhor campanha olímpica de tênis de mesa da história do país, Fanck ressalta a importância do incentivo ao esporte nas escolas. “Sou de São Leopoldo e comecei a jogar pingue-pongue no Gusmão. Isso mostra como é essencial proporcionar às crianças o acesso ao esporte. Hoje estou na Seleção Brasileira, mas tudo começou com uma brincadeira de recreio em uma escola pública.”
Atualmente, Fanck é técnico na Sociedade Ginástica de Porto Alegre (Sogipa), mas mantém laços fortes com São Leopoldo. Uma vez por semana, ele dá aulas na Sociedade Ginástica de São Leopoldo, instituição cuja camisa vestia durante a entrevista concedida nesta quinta-feira (13) à Berlinda.
Carreira
Jorge Fanck nunca se considerou um atleta de alto rendimento. Apesar de se destacar no cenário estadual, nunca alcançou grande notoriedade nacional. “Tradicionalmente, os técnicos vinham de carreiras como atletas de alto desempenho, o que não era o meu caso. Então, fui me especializando, estudando, fazendo cursos. Em 2012, tive a oportunidade de treinar Daniela Yano, uma promessa brasileira no esporte, e essa foi minha primeira experiência como técnico.”
O divisor de águas na carreira de Fanck veio em 2014, quando a Confederação Brasileira de Tênis de Mesa lançou um programa de capacitação de treinadores. O francês Michel Gadal, uma das maiores referências no esporte mundial, foi chamado para identificar talentos e enxergou potencial em Fanck. A partir daí, ele fez intercâmbio na China e começou a treinar as categorias de base, como sub-11 e sub-13.
Incentivo Público
Ao longo da conversa, Fanck destacou repetidamente a importância do investimento público no esporte. Além de auxílios como bolsas para que os atletas possam investir em suas carreiras e desempenho, Fanck compartilhou que chegou a procurar a Prefeitura de São Leopoldo para criar um projeto voltado às crianças da cidade. “É difícil, mas a gente tenta. Inclusive, procurei a Prefeitura para firmar uma parceria. Ofereci as mesas e pedi apenas que disponibilizassem um lugar adequado para organizarmos a estrutura, mas a proposta não avançou.”
Diferenças entre Pingue-Pongue e Tênis de Mesa
Apesar das semelhanças, há diferenças claras entre pingue-pongue e tênis de mesa. As distinções incluem o tamanho das mesas, o material das raquetes—que no pingue-pongue são feitas inteiramente de madeira, enquanto no tênis de mesa são revestidas de borracha—além de especificidades técnicas, como o saque, por exemplo.
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