Moradores da Vicentina, um dos bairros mais atingidos pela tragédia climática de maio, Beia Haack, Gilson Tibiriça e Cláudia Gomes lideram estão formando um Grupo de Trabalho com objetivo de saber a verdadeira situação dos diques, casas de bombas, obras emergenciais após a enchente, projetos para uma solução definitiva ou pelo menos mais segura possível para que possam seguir a vida sem sobressaltos a cada chuva. “Não podemos virar reféns do medo, do pânico a cada chuva independente da quantidade. Precisamos ter segurança para seguir nossa vida que precisa ser reconstruída assim como nossas casas ou o que sobrou da casa”, disse Gilson no Berlinda Entrevista desta segunda-feira (22) junto com a esposa Cláudia e da amiga Beia Haack. Quarta-feira (24), 19 horas, no Galpão 11 do Parque do Trabalhador, haverá a primeira reunião ampliada aberta a todas as pessoas independente do bairro.
Informação precisa
“Ouvimos pela imprensa que o projeto a curto prazo é aumentar a altura do dique em 50 centímetros. Ok, mas o que isso significará em termos de segurança num próximo evento de chuva forte? Essas são informações fundamentais para a população e não podem ficar somente com os gestores públicos, com os técnicos, especialistas. Se não soubermos disso como poderemos ficar tranquilos? Temos responsabilidade com a cidade e temos direito da informação e também de acompanhar todas as ações e projetos em relação ao sistema de proteção da cidade. Eu não quero e não vou sair da Vicentina, minha vida é lá por isso precisamos das informações, ter segurança. ” Gilson Tibiriça
Casa de bombas e dique
“Uma informação importante foi do professor Fernando Dornelles aqui na Berlinda sobre a casa de bombas da João Corrêa estar ao lado do dique, quase colado. Nunca passaria pela minha cabeça que é preciso distância entre as duas coisas, mas agora que sabemos disso por um especialista precisamos saber o que o governo municipal vai fazer. Não pode ignorar esse apontamento. É sobre isso que estamos criando o grupo porque os prefeitos mudam, mas nossa vida continuará ligada ao bairro, vai ter chuva forte e rio estará lá. Nunca saio falando o que não sei para as outras pessoas, por isso temos o direito de saber”. Beia Haack
Preocupante
“Estamos vivendo uma situação preocupante, que tira nosso sono porque virão mais chuvas e ficaremos apavorados, em pânico. Saber o que foi feito emergencialmente, se isso é seguro. Nossa casa ficou praticamente 29 dias com água e quando cheguei lá foi uma cena de horror com tudo espalhado. Antes de chegar na nossa casa olha ao redor e não reconhecia o meu bairro, as nossas ruas, era uma devastação de guerra. Voltamos para casa mas estamos acampados é um recomeço doloroso porque nossas recordações não estão mais lá. Outra cena chocante foi olhar a máquina carregando aquele lixo era nossa vida.” Cláudia Gomes
Aberto ao público
Quarta-feira, 24 de julho
Reunião no Galpão 11, do Parque do Trabalhador
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