“Na enchente, foram 24 horas gerenciando crises mas nenhum paciente ficou sem atendimento”, Gisele Vieira do HC

15 de julho de 2024 - 13:21
Por Sônia Bettinelli/Juliano Palinha

Fazer a gestão do Hospital Centenário (HC) é acordar todos os dias preparado para encontrar espaço físico para mais um leito, mais uma vaga e com material humano que atenda todos os pacientes. Isso quando o período é de normalidade. Na calamidade por conta da tragédia climática do início de maio, tudo era urgente e precisava de solução imediata, inclusive preparar uma possível evacuação com os pacientes caso a enchente chegasse. “No Samu, quando chegamos no acidente não há como reunir, sentar, organizar para atender a vítima. Tem que resolver na hora. No hospital não é diferente. Tem que resolver”, disse a presidente da Fundação Hospital Centenário, Gisele da Rosa Vieira, no Berlinda News Entrevista desta segunda-feira (15). Os 16 anos de trabalho no Samu, na rua, na ponta, segundo a presidente Gisele, foi fundamental para que o hospital não parasse principalmente nos primeiros cinco (5), seis (6) dias da tragédia climática.

Estrutura na Unisinos e Feitoria

“Quando a UPA fechou e a água estava na avenida João Corrêa, montamos uma estratégia de atendimento no segundo andar, no bloco e transferimos todos os pacientes graves e as equipes. Simultaneamente fizemos a mesma coisa no Centro de Saúde da Feitoria e na Unisinos, na biblioteca que era o local mais amplo. A Unisinos encaminhou médicos e estudantes para dar suporte. Não foi necessário, graças a Deus, mas a estrutura precisava estar pronta assim como o transporte. Os pacientes que podiam sentar iriam de ônibus e os demais acamados nos caminhões do exército. Tudo já estava organizado”.

Mais de 300 funcionários atingidos

“Na enchente tivemos mais de 300 funcionários atingidos pela enchente, mas não deixaram de trabalhar porque o exército fazia o transporte de caminhão, eu usei muito esse transporte que era o único. Abrigamos funcionários com seus familiares dentro do hospital e depois na escola Ilha Moreira, mas a alimentação era organizada e planejada por nós.”

Alimentos para pacientes

“Nos primeiros dias tivemos uma situação de insumos  de alimentos só para os pacientes que precisam de dieta específica. Para os acompanhantes e funcionários resolvemos com a doação de marmitas.”

Capital humano

“Quando o hospital é criticado por questões políticas, por exemplo, quem sofre são os funcionários, o capital humano que na sua maioria é totalmente dedicado e comprometido. E se surge problema ou erro vamos resolver. O Hospital Centenário não é o prédio físico, é quem trabalha diariamente no atendimento às pessoas. Precisamos avançar é na conversa com os familiares, dar informações sem a linguagem técnica . Mas isso é um processo que iremos avançando lentamente.”

Atendimentos de seis meses

Nos seis primeiros meses do ano foram mais de 18 mil atendimentos na emergência, seis mil na pediatria e cerca de 1.500 em cirurgias gerais. No ambulatório do Centenário, que atende especialidades como urologia, oncologia cirúrgica e traumatologia, foram mais de três mil atendimentos no período; mais de 600 cirurgias eletivas foram realizadas; e os atendimentos ambulatoriais oncológicos somaram cerca de 3.500.

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