Em meio a tragédia e a tristeza por ter perdido todos seus pertences, a casa sem portas e janelas, dona Sirlei dos Santos de Deus, 74 anos, está feliz, sorrindo na casa da neta Crislaine e do bisneto Murilo. Após mais de dez dias tentando explicar que está viva, no final da tarde de sexta-feira (21), finalmente o sistema do Ministério do Desenvolvimento Social (MDS) corrigiu e aprovou o pedido de auxílio reconstrução, retirando “o indicativo de óbito”.
Mas a atualização do sistema não foi automática. Dona Sirlei e a neta Crislaine, moradoras da Vicentina, percorreram uma via crucis em todos os órgãos públicos possíveis, da Prefeitura à Delegacia de Polícia (DP), checando todas as informações oficiais na tentativa de descobrir porque ela (Sirlei) aparecia com óbito. “Foi difícil porque não tinha nada de errado com o CPF dela, com a prova de vida no INSS, entre outros. Andei com minha avó debaixo de chuva, ela triste porque não entendia o que estava acontecendo”, relata Crislaine.
Procurado pela neta, o site Berlinda foi em busca de uma resposta. Conforme a secretária de Assistência Social SAS), Márcia Martins, o colega da Prefeitura, Roberto Pinheiro (Secretaria Geral) contatou com o MDS porque mais casos como da dona Sirlei começaram a aparecer. “Houve um problema na hora de acessar o cadastro para cruzar os dados enviados pela Prefeitura com o que havia no MDS. Esses casos foram corrigidos lá em Brasília” diz a secretária acrescentando que a Prefeitura está com uma equipe de servidores no térreo do Centro Administrativo, inclusive com atendimento neste domingo (23) para conferir dados como nome errado, número de CPF, por exemplo. Mais de 2,5 mil pedidos da cidade foram reprovados pelo MDS e agora estão sendo corrigidos e reenviados por servidores daqui.