POR SÔNIA BETTINELLI: A desigualdade social vai pra fila em busca dos auxílios

21 de junho de 2024 - 06:32
Por Sônia Bettinelli

Passados 50 dias, a tragédia climática mudou de status em São Leopoldo. Deixou de ser democrática como no início,  quando a água do Rio do Sinos invadiu a  periferia, colocando os moradores nos telhados até a chegada do resgate, e  na mesma proporção, alagou o Centro obrigando moradores a pedir socorro do alto dos prédios. Agora no Centro é a rotina lá de abril, mas quem mora na Brás, Santos Dumont, Campina, Vicentina, São Miguel, saiu do telhado e está na fila da Prefeitura para corrigir um erro no formulário do Auxílio Reconstrução (5,1 mil), ou tentando uma ligação para Central do SOS PIX (2 mil), auxílio do Estado que definiu o CadÚnico como critério para renda per capita.

Plano B 

Como a Central do SOS PIX não funcionou a Prefeitura chamou Estado e União (foto) para reorganizar o formato de atendimento que deve ser anunciado hoje (21). Ontem (0) a secretária municipal de Assistência Social (SAS) Márcia Martins, recebeu a diretora do Departamento de Gestão do CadÚnico do Ministério do Desenvolvimento Social (MDS), Ieda Castro, e o diretor do Departamento de Assistência Social do governo gaúcho, Edgar Vargas. A conversa foi no local onde funciona a Central SOS PIX.

Desigualdade 

Porque não deu certo? O Estado poderia ter escolhido outro critério? O Município poderia ter optado pelo atendimento presencial com filas intermináveis já que aproximadamente 5 mil famílias se encaixam no SOS PIX? Isso não faz diferença nesse momento. Agora é garantir  acesso aos auxílios e buscar mais recursos porque a desigualdade será ainda maior nos próximos meses, anos.

Novo governo

Importante lembrar que temos uma eleição logo aí, ou seja, mudança de governo, não da realidade. O rastro da enchente não tem ideologia, não tem sigla partidária. O rastro da enchente está exposto e atende pelo nome de “Reconstrução de escolas, de UBS, de estradas, de  empregos, de saúde”. É a maior tragédia da cidade, do Estado que se mostrou igual para todos. Quem sentar na principal cadeira do sétimo andar, no dia 1º de janeiro, já deve estar com a passagem comprada para Brasília para 2 de janeiro com projetos para assumir a sua responsabilidade no processo de reconstrução.

A enchente levou

Sabe o chavão de quem vence a eleição: “Eu não sabia ou herança maldita”? A enchente levou.

 

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