SOS RS: Grupo DOC abre plataforma para consultas virtuais às vítimas da enchente

10 de maio de 2024 - 22:08
Por Sônia Bettinelli

Mais de 2 mil profissionais médicos voluntários aderiram a campanha SOS RS do Grupo DOC para consultas virtuais para a população atingida pela enchente no RS. E conforme o boletim (18h) da Defesa Civil RS, até hoje (10) a tragédia climática já afetou  1.951.402. “Estamos vivendo uma situação devastadora com  pessoas perdendo a vida, a casa, a história. Por isso o Grupo DOC abriu a plataforma dos clientes para toda a população gaúcha atingida pela enchente. Entendemos que é o momento de prestar atendimento médico, psicológico e social para  enfrentar a tragédia que terá consequências duras para todos”, disse o presidente do Grupo DOC, o médico cirurgião plástico, José Floriani, que faz a gestão da campanha que começou na segunda-feira (6)

Para realizar uma consulta, basta acessar o link na bio do perfil do Instagram @grupodoc e clique em “faça sua consulta gratuita” ou acesse “SOS RS” nos destaques.

O que diz a psicóloga clínica do Grupo DOC Rosângela Comparsi

Para a psicóloga clínica Rosângela Comparsi, responsável técnica pelo serviço de psicologia do Grupo DOC,  o processo psicológico de todos os afetados pela tragédia climática, mas principalmente para quem está fora de sua casa (em muitos casos não haverá mais casa) se apresentará por etapas. “A primeira reação emocional é a perda de tudo o que construiu de material , a perda de coisas afetivas  e sem como se defender, como se estivesse paralisado”.

“Importante deixar claro que não existe uma reação emocional padronizada, por exemplo, pela perda da casa por uma enchente. Cada pessoa reagirá de uma forma, inclusive no grupo familiar. Tem aquela pessoa que ainda não entendeu o que aconteceu, saiu de casa e não imagina  o cenário da volta. Outros já sabem inclusive aqueles que já enfrentaram algo parecido, mas em proporção bem menor.”

Negociação, depressão

“Outra etapa é a revolta, o inconformismo, aquela pergunta porque aconteceu comigo mesmo que todos na volta também sejam atingidos. É a fase da barganha, da negociação das dores , do sofrimento com um ser superior, por exemplo. Aí chega a depressão, o luto de todas as perdas, ou seja, a vida real e finalmente a aceitação que na prática será a esperança, a reconstrução da casa, da vida.”

Quatro consultas grátis

Novamente a psicóloga fala em etapas. “A primeira intervenção nós (profissionais) fomos até os abrigos conversar com as pessoas. A campanha do Grupo DOC é a segunda intervenção quando nós profissionais estamos à disposição e as pessoas devem nos acessar.  São quatro consultas grátis, no tempo normal de uma consulta”.

Escuta sensível

“Começa com uma escuta sensível  para que a pessoa reconheça o que está sentindo. Validar as emoções que está sentindo ajuda a se organizar. Ninguém tem que ser de ferro, tem que chorar por todas as perdas inclusive as econômicas.”

Criar estratégias

“Nossa escuta, o reconhecimento das perdas, a dor, o choro irão ajudar  na criação de estratégias para reforçar vínculos criando força e esperança.”

 

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