Morre o jornalista Aurélio Decker

16 de março de 2024 - 21:42
Por Dudu News

Novo Hamburgo se despede de um dos maiores ícones de sua história. Repórter, Jornalista, Cronista, Agricultor, pai, esposo Decker. Lelo faleceu no fim da tarde deste sábado chuvoso (16), no Hospital da Unimed VS. Ele estava internado para tratamento de um câncer.

Em 1969, o cantor americano Frank Sinatra estreou um dos seus maiores sucessos, que, efetivamente, brilhou no mundo: a música “My Way”. Quisera Frank que, neste mesmo ano, e em datas próximas, um jornalista que se tornou uma grife da notícia em Novo Hamburgo começasse sua trajetória e a escrever nos jornais da cidade, aos 20 anos.

Mas, além de datas próximas de lançamento, o clássico se confunde com a trajetória jornalística, sua vida profissional e pessoal do jornalista, que acumulou milhares de histórias.

E, nestes tantos verões, primaveras, outonos e invernos, que Lelo começou a escrever essa história no Jornal Zero Hora, em 1969, onde ditou sua primeira crônica. Era sobre um inspetor de Polícia hamburguense que havia cometido corrupção. Mas, logo depois, já foi trabalhar na Caldas Júnior, no Correio do Povo e o extinto Folha da Tarde, onde também escreveu algumas crônicas.

Mas o seu maior amor jornalístico, sua maior experiência, paixão e sucesso, estiveram aqui, em Novo Hambugo. Aurélio começou no Jornal NH em 72. “Eu fui contratado pelo Jornal NH como repórter. Depois de 30 dias, virei secretário da Redação”.

A crônica de Aurélio sempre foi semanal. Tinha um destaque de quase uma página. Em alguns momentos especiais, de fatos marcantes e exclusivos, a crônica de Aurélio saía na mesma página de que a notícia. As escritas sempre aconteciam nas sextas-feiras. E por que Aurélio se tornou uma personalidade, uma grife da notícia hamburguense? Por que suas crônicas emocionaram, divertiram, entristeceram, e geraram até ameaças.

Casos como de Aquiles Bragion, Beatriz Rodrigues e Luiz Henrique Sanfelice, Flávio Rodrigues, crime da Maide, dentre tantos outros foram pautas do repórter. No caso Bragion, o repórter foi a São Paulo, enquanto o assassino do empresário era procurado pela Polícia Federal.

Em alguns últimos episódios, Lelo pode contar: dormiu na rua, em 2017, com moradores de rua. Saiu do Sinfonia Hotel, onde morava, para dormir, no frio, na rua não somente com a população: mas como um morador. E contou tudo. E a briga com a RGE? Puxou. Tirou os fios. Levou tudo lá, no posto da empresa. E ficou revoltado!

Bom…e os últimos anos? Lelo se redescobriu nas redes sociais e no seu programa, na nossa VALETV. E, foi neste jornal, chamado DuduNews, que uma dupla foi formada: Dudu & Lelo. Foram centenas de matérias, lutas, protestos…. Na chuva, no sol, no calor, dentro ou fora da água. Nas histórias de superação, nas investigações policiais…. Uma dupla que se uniu pela informação, pela comunidade e pela cidade. “O Lelo foi meu maior professor. Perdi não só um amigo, mas um avô, um pai, uma lealdade. O maior jornalista da história desta cidade, no qual me deu a honra de tanto aprender e, principalmente, VIVER. Como te amo e vou te amar, meu amigo”.

E, ao encerrar esta leitura, vou deixar a música que tanto escutamos juntos: “Eu vivi uma vida completa. Eu viajei por toda e qualquer estrada.E mais, muito mais que isso. Eu fiz isso do meu jeito. Arrependimentos, tenho alguns. Mas por outro lado, muito poucos pra citar. Eu fiz o que eu tive que fazer. E continuei fazendo sem exceção. I Did It My Way.”

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