Embora as leis 10.639/03 e 11.645/08 tornem obrigatório o estudo da história e cultura afro-brasileira e indígena no ensino fundamental e médio nas escolas públicos e privadas, nada saiu do papel até agora. “Acredito que isso só vai acontecer de forma impositiva, infelizmente, Sem isso nas escolas as pessoas desconhecem a verdadeira história e o preconceito e narrativas pejorativas seguem”, lamentou mãe Isabel do Ilê Axé Oyawoyê, localizado na rua Rua Dr Hillebrand, n°774, no Rio do Sinos, no Berlinda News Entrevista desta quinta-feira (14).
Acompanhada pelo Ogan Thiago, Pai Rui e Pablo Dalavera, da Cufa São Leopoldo, mãe Isabel contou a origem da biblioteca Jardim das Letras – Antônio Carlos Côrtes, inaugurada no início do mês no Ilê Axé Oyawoyê, único terreiro de candomblé de São Leopoldo desde 2015, aberto ao público. Lá também funciona uma cozinha comunitária. “Somos um espaço de acolhimento e todas as pessoas são recebidas com um abraço e somos escuta”, diz mãe Isabel
Produtor cultural da Associação Ilê Axé Oyawoyê, Ogan Thiago que desde 2022 trabalha na biblioteca da Unisinos define a biblioteca Jardim das Letras – Antônio Carlos Côrtes como “espaço de leitura, debate e a pesquisa sobre as religiões de matriz africana. Também para fortalecer os laços entre o Ilê Axé Oyawoyê e sua comunidade com o propósito de romper o preconceito através da cultura e educação”, explica.
“Conheci recentemente e estou apaixonado pelo Ilê Axé Oyawoyê ,. pelo papel que desempenha naquela comunidade. Conheci pelo projeto RS Mais Seguro porque o bairro Rio do Sinos é uma das regiões do projeto”, disse Pablo Dalavera.
Acervo
O acervo é composto por 96 livros sobre a cultura afrocentrado doados por professores, escritores e o próprio patrono Antônio Carlos Côrtes. Por enquanto o acesso ao acervo é só no local. “As pessoas podem consultar e pesquisar lá, ainda não é possível levar para casa”, explica Ogan Thiago.
Quem é Antônio Carlos Côrtes
Antônio Carlos Cortês advogado, jornalista é membro fundador do Grupo de Pesquisas Palmares, que em 1971 implementou a data de 20 de novembro como o Dia da Consciência Negra, a partir de 2024, feriado nacional. Em 2022 foi eleito como o novo ocupante da cadeira 11 da Academia Rio-Grandense de Letras.
Saiba mais
Para saber sobre atividades e funcionamento da Biblioteca acessar as redes sociais do Ilê e da Biblioteca: Instagram e Facebook Axé Oyawoye: @axeoyawoye
Ouça o programa completo