No Dia Internacional da Mulher, o Berlinda News Entrevista reuniu quatro profissionais para, simbolicamente, representar todas as 104.548.325 brasileiras (censo 2022) de todas as profissões e raças.
À capitã Bibiana Menezes, do 25º BPM, coordenadora do programa Maria da Penha; advogada Jucemara Toffoli, secretária geral da OAB/SL; juíza e diretora do Fórum de São Leopoldo Jaqueline Hofler e a promotora do Ministério Público, Marcela Romera nosso respeito, reconhecimento, agradecimento pela função que desempenham na garantia de direito de todos os gêneros.
Violência doméstica em São Leopoldo
Mais de 400 medidas protetivas
“Temos uma média de 5 a 7 ocorrências de violência doméstica a cada 12 horas aqui em São Leopoldo, no final de semana esse número dobra. Temos mais de 400 mulheres com medida protetiva concedida. Não é pouca coisa e a gente sabe que o número é muito maior, mas não vem à tona. O agressor faz com que a vítima pense que ele é a única opção na vida dela.” Capitã Bibiana Menezes
Violência silenciosa
“Todos os dias atuo na defesa das mulheres na promotoria de violência doméstica . Às vezes é muito pesado, a violência dentro de casa é silenciosa. Mas um dia acontece a primeira chamada para o 190, depois o agressor promete mudar e a vítima aceita de volta por uma série de fatores, inclusive financeiro. Depois o primeiro tapa, depois a facada e assim por diante. É muito grave, ainda bem que temos a rede de proteção com outras mulheres para ajudar na defesa”, Marcela Romero
1,7 mil processos
“Não atua nessa área, mas acompanho os dados. No mês passado eram cerca de 1,7 mil processos e mais de 2 mil medidas externas junto com a Delegacia de Proteção à Mulher (Deam). Tudo o que as colegas falaram prova que a mulher começa a ser subjugada sem se dar conta e vem de uma origem anterior. Tem o homem mau caráter, psicopata, criminoso, mas tem o homem que vai crescendo e se sentindo mais forte diante da subjugação da mulher. Isso precisa ser trabalhado nas escolas.” Jaqueline Hofler
Toda a família
“Tenho alguns casos de violência doméstica e é bem complexo porque não é só a vítima que procura ajuda. Tem toda a família, tem as crianças, o vô, a vó. Isso cria uma bomba, porque muitas vezes os pais do agressor defendem o filho e como a gente não tem conhecimento da história deles para chegar a esse ponto. Tem muitos que nascem nesse ambiente e acha que violência é normal. Em alguns casos a mulher não se sente capaz de sair e buscar algo pra ela e pelos filhos.” Jucemara Toffoli
E se você não fosse policial militar, advogada, juíza, promotora o que seria?
“Seria um monte de coisas, uma delas seria pedreira, não seria engenheira porque somar 2 + 2 é o máximo (ri) “, capitã Bibiana
“Desde jovem, quando saí de uma cidade pequena, que tinha como normal mulher de 18 anos já ter pelo menos um namorado, sempre me vi atuando como advogada”, advogada Jucemara Toffoli
“Sempre gostei da função administrativa/burocrática, ajudava meu pai no escritório de uma pequena metalúrgica e me imaginava uma secretária executiva, mas estou aqui realizada, feliz, gosto do que faço”, Jaqueline Hofler
“Sempre quis ser advogada, promotora. Meu pai era promotor e sou muito feliz”, Marcela Romera
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