Nova regulamentação de compartilhamento de postes deve sair neste ano

6 de fevereiro de 2024 - 16:04

Um antigo imbróglio entre os setores de energia e de telecomunicações, o compartilhamento dos postes de luz para os fios das empresas que atuam nos dois segmentos, será atenuado com regras mais claras a partir de 2024. Uma regulamentação conjunta da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) e da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) deve ser aprovada nos próximos meses, conforme informa o Ministério das Comunicações.

A nova regulação está sendo discutida pelas agências desde 2018 e pretende resolver um problema antigo dos setores: o uso desordenado dos postes.

Um relatório da Anatel, de 2020, estima que havia 10 milhões de postes em situação crítica que precisavam ser tratados como prioridade para ordenamento.

A agência também previa que seriam necessários cerca de oito anos para regularizar os 46 milhões de postes do país –isso num ritmo de ordenamento de 3% da infraestrutura a cada ano, com um esforço maior nos três primeiros anos.

No final de setembro, o governo publicou uma portaria interministerial que cria o Programa Nacional de Compartilhamento de Postes (Poste Legal). O documento traz diretrizes para que as agências dos dois setores regulem o tema.

Atualmente, o compartilhamento funciona da seguinte maneira:

  • as empresas de internet, telefone e TV por assinatura solicitam o uso compartilhado dos postes às distribuidoras de energia elétrica;
  • caso o pedido seja aceito, as empresas de telecomunicações devem realizar a instalação e fazer um pagamento pelo uso da estrutura.
  • Já às distribuidoras cabe fazer a manutenção e fiscalização do uso dos postes.
Preço para o uso dos postes
A Aneel publicou uma nota técnica com o cálculo do preço para o uso dos postes pelas empresas de telecomunicações. O documento simula um preço de R$ 4,43 por ponto instalado no poste. Para o presidente da Anatel, o valor é menor que o preço atual, mas maior do que algumas empresas do setor de telecomunicações esperavam. A agência também discorda da forma como o custo comum aos dois setores está sendo repartido com as operadoras de telecomunicações.
Excesso de fios em postes poluem ruas e podem gerar riscos
A nota técnica da Aneel define o valor a ser pago como regulado, ou seja, será um preço definido. A nota foi colocada em uma segunda fase da consulta pública sobre a regulamentação, mas deve ser publicada como uma outra norma. Ou seja, agências vão editar uma resolução geral, prevista até novembro, e depois outra sobre a metodologia.
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