Delegadas e Delegados de Polícia passarão a exigir o pagamento das horas-extras efetivamente cumpridas em operações policiais e sobreavisos. A medida será estendida aos demais agentes policiais. O anúncio é da Associação dos Delegados de Polícia (ASDEP) que cobra reposição salarial digna para a categoria que está há dez anos sem reajuste real. A medida começo a ser adotada em todas as delegacias desde o dia 15.
Conforme decisão das ASDEP, todos os policiais das delegacias, bem como Delegados e Delegadas, deixarão de adequar horas-extras ao valor previamente estabelecido pelas chefias e departamentos.
Desse modo, serão registradas as horas-extras efetivamente cumpridas e requisitado o devido pagamento ou que seja estabelecido um banco de horas. Se o Governo do Estado negar o pagamento das horas-extras efetivamente cumpridas, o servidor terá condições de cobrar o valor na justiça.
“Delegadas e Delegados nunca receberam horas-extras. O Estado se locupleta ilicitamente deste trabalho além do regime legal. Aliás, outras categorias, pelo contrário, recebem até mesmo um valor a mais em retribuição ao “excesso de serviço”. Já há bastante tempo os policiais civis trabalham muito mais horas-extras do que recebem. Temos suportado essa situação. Mas agora, diante da falta de consideração do Governo em sentar e negociar com a categoria um reajuste real fica difícil. Então, decidimos que vamos cobrar o que efetivamente estamos trabalhando. O Governo do Estado não está tratando com dignidade e respeito os servidores da segurança pública que entregam um serviço valoroso. Sequer o Governador nos recebe. Então, não nos resta outra medida que não a de recrudescer também. Estamos trabalhando e queremos ser remunerados como tal”, destaca o presidente da ASDEP, Delegado Wondracek.
Conforme a Associação de Delegados de Polícia, a categoria já foi a quarta mais bem paga dentre os 27 Estados e hoje ocupa o 16º lugar.
Horas-extras
Portanto, Delegados de Polícia passarão a registrar suas horas-extras efetivamente trabalhadas, bem como os agentes policiais, referentes à realização de sobreaviso e de operações poiciais.
Conforme a ASDEP, as horas-extras serão pagas aos respectivos Agentes, Delegados e Delegadas, conforme a disponibilidade informada ao órgão policial. Eventual diferença entre as horas-extras trabalhadas e as efetivamente pagas será devidamente registrada e arquivada para os devidos fins.
No caso de horas trabalhadas e não pagas, passarão a formar um banco de horas passíveis de compensação em folga ou para subsidiar ação de cobrança por parte do policial que queira fazê-lo judicialmente contra Estado.
SELÊNCIO COM A IMPRENSA
Desde do ano passado os delegados não passaram informações à imprensa sobre ocorrências. A medida, segundo o presidente da ASDEP, Delegado Wondracek, é porque o governador se nega a negociar com a categoria.