Homens armados invadem estúdio de TV no Equador; país vive caos após criminoso fugir de prisão e presidente decretar estado de exceção

9 de janeiro de 2024 - 18:21

Homens armados e com os rostos escondidos invadiram os estúdios do canal de TV estatal TC Televisión, da cidade de Guayaquil, no Equador, nesta terça-feira (9). Eles afirmaram que têm bombas, e sons semelhantes aos de disparos foram ouvidos.

A Polícia Nacional do Equador afirmou em na rede social X (Twitter) que capturou algumas das pessoas que invadiram os estúdios. A polícia diz que ainda vai dar mais detalhes.

Antes da intervenção da polícia, um homem chegou a encostar uma arma no pescoço de um apresentador (veja no vídeo acima).

Os homens mantiveram pessoas como reféns e houve disparos dentro do estúdio, segundo o site de uma outra TV, a “Ecuavisa”.

Segundo o jornal “El Universo”, um artefato explosivo foi colocado na recepção do canal e mais de 10 pessoas entraram no canal foram ao estúdio do programa El Noticiero, que estava sendo transmitido ao vivo.

Uma outra TV, a “Teleamazonas”, entrevistou um funcionário da TC que estava do lado de fora da emissora. Ele contou que um colega o chamou para dizer que o estúdio havia sido invadido, e que as portas estavam fechadas. Segundo o homem, era possível ouvir o ruído de detonações dentro do edifício e que alguns colegas foram para o telhado.

O Estado do Equador é o sócio controlador da TC Televisión.

Crise de segurança

O presidente Daniel Noboa baixou um decreto no qual determina-se que o país vive um conflito armado interno e que as forças militares devem neutralizar 22 grupos criminosos organizados, que serão tratados com organizações terroristas.

O país vive uma crise de segurança há dois dias. O presidente equatoriano, Daniel Noboa, decretou estado de exceção na segunda-feira (9), depois da fuga da prisão de um criminoso conhecido como Fito, chefe do grupo Los Choneros. O Ministério Público acusa funcionários do próprio presídio de terem facilitado a fuga.

Nesta terça-feira (9), as autoridades relataram a fuga de outro criminoso: Fabricio Colón Pico, um dos líderes de Los Lobos, preso na sexta-feira pelo crime de sequestro e por sua suposta responsabilidade em um plano para assassinar a procuradora-geral do país.

Sete policiais foram sequestrados já durante o período de estado de exceção. Os sequestros aconteceram nas cidades de Machala e Quito e na província de Los Rios.

Além dos sequestros de agentes na noite de segunda-feira, houve explosões na província de Esmeraldas. Várias pessoas lançaram um artefato explosivo perto de uma delegacia e dois veículos foram queimados em outros locais, sem deixar vítimas.

Em Quito, um veículo explodiu e um dispositivo foi detonado perto de uma ponte de pedestres. O prefeito Pabel Muñoz pediu ao Executivo a “militarização” de instalações estratégicas ante a “crise de segurança sem precedentes”.

Noboa, de 36 anos, é o presidente mais jovem do Equador e chegou ao poder com a promessa de atacar com firmeza os grupos de traficantes, ligados a cartéis colombianos e mexicanos.

O estado de exceção estará em vigor por 60 dias em todo o país, incluindo nas penitenciárias. A medida inclui um toque de recolher de seis horas, entre 23h e 5h, horário local (das 01h às 07h em Brasília).

A sede presidencial e as estações de metrô de Quito estão militarizadas.

A declaração de estado de exceção permite às Forças Armadas intervir no sistema prisional, onde na segunda-feira se registrou a retenção de um número indeterminado de guardas. O órgão que o administra (SNAI) não indicou se foram libertados.

Por G1

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