Moradores do condomínio atingido por uma explosão na madrugada de quinta-feira (4) em Porto Alegre voltaram a ser retirados do local na manhã deste sábado (6), depois que cheiro de gás foi identificado em um dos prédios. De acordo com a Defesa Civil, foram evacuados os prédios 20 e 21. A explosão de quinta-feira aconteceu na torre 10.
Ainda de acordo com a Defesa Civil, o Corpo de Bombeiros e a empresa que fornece gás ao condomínio foram chamadas ao local.
Nove pessoas ficaram feridas com a explosão de quinta-feira. Duas estão internadas em estado grave. Das 22 torres do condomínio, 18 estavam liberadas para os moradores – entre elas, as torres 20 e 21, que foram evacuadas neste sábado. Duas seguem totalmente interditadas, incluindo a torre 10, onde ocorreu a explosão.
Na sexta (5), a torre 14 precisou ser evacuada, também depois de moradores sentirem cheiro de gás no local. A empresa responsável pelo fornecimento de gás foi ao local, resolveu o problema e, cerca de uma hora depois, os moradores foram autorizados a voltar ao local.
Durante a quinta-feira, perícias foram realizadas por funcionários da construtora e técnicos da empresa de gás. Os moradores foram cadastrados pela prefeitura para serem encaminhados a pousadas ou albergues, mas muitos optaram por ir para a casa de parentes ou amigos.
O comandante regional metropolitano do Comando Rodoviário da Brigada Militar, Ricardo Mattei, explica que a parte lateral da estrutura do prédio 10 ficou comprometida após a explosão. Um piso desabou e outro foi comprometido.
“Somente a partir do laudo técnico de engenharia que vai dizer se ele pode ser reconstruído porque existe o risco iminente de colapso desse ponto a estrutura”, diz.
“E aí pode ocorrer que nós chamamos de efeito cascata que na parte que não está comprometida, acaba sendo afetado pela parte que está comprometida. No caso de de colapso estrutural da queda desse desse desse material”, descreve o comandante.
Suspeita de vazamento de gás
A suspeita é de que a origem da explosão em um prédio na Região Norte de Porto Alegre tenha sido o vazamento de gás GLP em um fogão que estava dentro de um apartamento no terceiro andar da torre 10.
“Vocês viram que, até o quarto bloco (andar), praticamente, teve as vidraças estilhaçadas por conta da onda de choque da explosão”, conta Mattei.
Ele explica que isso sugere que o vazamento começou a partir desses andares e, já que o GLP é um gás pesado, afetou os andares inferiores.
“Nós temos ali, digamos, um epicentro da explosão, pois esse epicentro não significa que o vazamento esteja nesse local, mas ele conseguiu armazenar num espaço confinado a mistura mais ideal pra explosividade desse gás, então que deve ter sido justamente ali no terceiro piso”, diz Mattei.
“A gente trabalha aqui com a hipótese desse vazamento de fato ter ocorrido num fogão, essa é a intenção inicial que se tem por conta da falta de gás que houve no dia anterior. Então, pode ter acontecido de alguém ter aberto o registro e não ter fechado o registro e saído de casa e aquele gás ficou, ele continuou dando então esse esse vazamento”, explica Mattei.
Mattei relata que não é necessário um grande volume de gás para causar “um grande estrago”. Ele afirma que “é literalmente uma bomba“, que só “precisa de um centelha” para explodir, centelha essa que pode ser causada por praticamente “qualquer coisa”.